Jornal Correio Braziliense

Mundo

Manobras militares na fronteira

Em meio ao acirramento da crise com os Estados Unidos, a Venezuela anunciou a mobilização de 3.500 militares e policiais na fronteira com a Colômbia, principal aliado de Washington na América do Sul. Oficialmente, a operação se destina a combater o narcotráfico e o contrabando de combustíveis, de acordo com uma fonte citada pela agência de notícias France-Presse.

A concentração de tropas no estado Táchira (oeste) faz parte de exercícios militares iniciados em 24 julho em várias regiões do país, disse aos jornalistas o chefe de operações das Forças Armadas, o almirante Remigio Ceballos. Participaram soldados, policiais e integrantes da milícia, um corpo civil fiel ao governo chavista e subordinado às forças regulares.

;Vamos continuar com distintas operações, para seguir lutando contra o contrabando de gasolina e o tráfico de drogas;, acrescentou o oficial. No âmbito das manobras, teriam sido apreendidas 20 toneladas de cocaína e outras substâncias ilegais em todo o país. Ceballos falou à imprensa enquanto supervisionava as operações na ponte binacional de Tienditas, no município de Ureña. A passagem de fronteira permanece bloqueada pelas autoridades venezuelanas desde fevereiro passado.

O almirante Ceballos reiterou o chamado do presidente Nicolás Maduro às autoridades colombianas para que reforcem os controles sobre o tráfico de cocaína e gasolina venezuelana, altamente subsidiada. Maduro determinou a realização dos exercícios depois que, em 22 de julho, o país sofreu um novo apagão ; que o governo atribuiu a um ataque eletromagnético dos Estados Unidos.

A Venezuela rompeu relações com a Colômbia, país com o qual compartilha 2.200km de fronteira, em fevereiro, depois que o governo vizinho apoiou a tentativa frustrada do líder opositor Juan Guaidó para promover a entrada de ajuda americana pela fronteira bilateral. O presidente chavista denunciou a operação como uma intervenção militar norte-americana camuflada, com apoio da Colômbia.