Jornal Correio Braziliense

Mundo

Novos protestos em Hong Kong levam caos aos transportes

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, acusou os manifestantes de colocarem a região em uma "situação muito perigosa". "Estão perturbando seriamente a lei e a ordem de Hong Kong, empurrando nossa cidade à beira de uma situação muito perigosa", disse ela nesta segunda-feira, 5, em um dia marcado pelo caos nos transportes públicos e voos internacionais. Ativistas ocuparam estações de metrô e deixaram as portas dos trens abertas, o que impediu a circulação, com direito a muitos gritos e algumas brigas nos meios de transporte lotados. Em várias partes da cidade os manifestantes também bloquearam o tráfego de veículos e provocaram muitos engarrafamentos. A polícia voltou a usar bombas de gás lacrimogêneo para tentar dispersar os manifestantes que bloqueavam uma avenida no distrito de Wong Tai Sin. No Aeroporto Internacional de Hong Kong - um dos mais movimentados do mundo - mais de 100 voos foram cancelados. Uma greve geral com o objetivo de parar a cidade estava planejada para esta segunda. Os manifestantes voltaram às ruas de Hong Kong no domingo em uma nova rodada de protestos para pressionar as autoridades, um dia após os confrontos com a polícia em um bairro turístico da ex-colônia britânica. A polícia chegou a dispersar a multidão com gás lacrimogêneo. Foi o oitavo fim de semana de grandes manifestações - que muitas vezes terminam em confrontos entre pequenos grupos radicais e a polícia - em Hong Kong, que enfrenta sua crise política mais grave desde 1997, quando foi devolvida pelo Reino Unido à China. A cidade controlada pelos chineses tem sido abalada há meses por protestos que começaram em razão de um polêmico projeto de lei para permitir extradições à China continental. As ações evoluíram e os manifestantes passaram a exigir mais democracia. Carrie Lam acusou os manifestantes que foram às ruas de tentar "destruir" a cidade. "Eu diria que os manifestantes estão tratando de derrubar Hong Kong, de destruir por completo a vida de mais de sete milhões de pessoas", disse a chefe do Executivo, reforçando que "o governo será enérgico em manter a lei da ordem para restaurar a confiança". (Com agências internacionais)