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Mais precisão ao eletrocardiograma


A fibrilação atrial é uma anormalidade nos batimentos cardíacos. Embora comum, geralmente é passageira e, por isso, difícil de diagnosticar. Um novo estudo da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, mostra que a inteligência artificial pode detectar os sinais de um ritmo cardíaco irregular em um eletrocardiograma (ECG) de forma mais precisa, mesmo se o coração estiver em um ritmo normal no momento do teste. Segundo os autores, a ferramenta poderá melhorar a eficiência desse tipo de exame e facilitar os tratamentos.

Segundo os cientistas, quando ativado por inteligência artificial, o ECG pode detectar a fibrilação atrial recente, tanto a que ocorreu sem sintomas, quanto a que é iminente. Usando aproximadamente 450 mil eletrocardiogramas do banco de dados da clínica, a equipe treinou a inteligência artificial para identificar diferenças sutis em um exame normal.

Depois, testaram a solução em ECGs feitos em um grupo de 36.280 pacientes. Desses, 3.051 eram conhecidos por terem fibrilação atrial. Os resultados foram animadores. Surpreendentemente, o eletrocardiograma habilitado para inteligência artificial identificou corretamente os padrões sutis de fibrilação atrial com 90% de precisão.

Smartphone
;A inteligência artificial pode fornecer informações poderosas sobre os sinais elétricos invisíveis que nossos corpos emitem a cada batida do coração, sinais que foram escondidos à vista;, diz Paul Friedman, presidente do Departamento de Medicina Cardiovascular da Mayo Clinic e principal autor do estudo, divulgado na revista científica The Lancet.

A equipe trabalha para que a tecnologia possa ser processada usando um smartphone ou um relógio inteligente, tornando- se prontamente disponível em larga escala.