"Uma série de projéteis" foram disparados da área de Wonsan, na costa leste, ao amanhecer, disse um funcionário do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
"Não podemos dizer neste momento a distância que eles percorreram e estamos analisando-os enquanto nos preparamos para possíveis lançamentos adicionais", disse o funcionário à AFP.
Não houve nenhuma declaração imediata da Coreia do Norte sobre o lançamento, que acontece seis dias depois de o líder Kim Jong Un supervisionar pessoalmente o disparo de dois mísseis, apesar de ter se encontrado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no mês passado.
Pyongyang e Washington estão engajados em um longo processo diplomático sobre os programas de armas nucleares e mísseis balísticos da Coreia do Norte, que incluiu três reuniões de alto nível entre seus líderes no período de um ano.
A Coreia do Norte desafiou anos de isolamento e sanções para desenvolver seu arsenal e não abandonou nenhuma de suas armas.
Kim e Trump concordaram em retomar as negociações nucleares durante seu encontro improvisado em junho, na Zona Desmilitarizada que divide a península, mas esse diálogo em nível de trabalho ainda não começou.
Pyongyang alertou que as negociações podem ser prejudicadas pela recusa de Washington e Seul de abandonar as manobras anuais entre suas forças.
Falando a repórteres na quarta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, não citou o lançamento, mas disse que as negociações "começarão em breve".
- ;Aviso solene; -
Pyongyang disse que os lançamentos da última quinta-feira foram de "armas táticas guiadas" recém-criadas como uma "solene advertência aos belicistas sul-coreanos" sobre os planejados exercícios militares com os EUA.
Washington tem cerca de 30 mil soldados estacionados na Coreia do Sul para defendê-la de seu vizinho.
Os dispositivos disparados na quinta-feira foram amplamente descritos como mísseis balísticos, inclusive pelo Comando de Forças Combinadas EUA-Coreia do Sul e pelo governo de Seul, armas proibidas pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre Pyongyang.
Mas Trump - que repetidamente divulgou seu relacionamento com Kim, cujo regime é amplamente acusado de abusos contra os direitos humanos - minimizou a linguagem belicista do Norte, dizendo que era um alerta para Seul e não para Washington.
"Ele não enviou um aviso para os Estados Unidos. Eles têm suas disputas, os dois têm suas disputas", declarou Trump.
O Korea Times condenou o que chamou de "ignorância intencional" do presidente americano em um editorial na terça-feira, antes dos últimos lançamentos.
Trump "dá a impressão de que ele não se importa com os lançamentos de mísseis, desde que eles sejam de curto alcance e não ameacem os EUA".
"Essa maneira de pensar é frustrante e perigosa", acrescentou. "Acima de tudo, ele pode dar o sinal errado ao Norte de que os EUA não intervirão enquanto o território dos EUA não for alvejado. E os aliados dos EUA na Ásia?".