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China: maioria dos internos em campos de concentração foram libertados

Especialistas e organizações de direitos humanos acusam Pequim de ter internado até um milhão de muçulmanos nesta região

A maioria dos muçulmanos internados em campos de reeducação em Xinjiang (noroeste da China) foi libertada e encontrou trabalho, afirmou uma autoridade regional nesta terça-feira (30), sem dar maiores detalhes.

Especialistas e organizações de direitos humanos acusam Pequim de ter internado até um milhão de muçulmanos, principalmente da etnia uigur, nesta região que no passado foi alvo de ataques atribuídos a islamitas.

Pequim nega esse número e afirma que os campos são centros de treinamento vocacional destinados a combater a radicalização.

O vice-presidente da região, Alken Tuniaz, do grupo étnico uigur, disse em uma entrevista coletiva que "a maioria das pessoas que receberam treinamento já retornou para casa".

"A maioria terminou seus estudos e encontrou um emprego", disse ele, celebrando "a eficácia dos centros".

Alguns ex-detentos disseram que foram admitidos por razões como usar um véu ou uma barba longa demais.

Um empresário cazaque, que passou cerca de dois meses em um campo, disse à AFP que esses estabelecimentos tinham o único objetivo de erradicar as crenças religiosas de seus detentos.

Acrescentou que eles são obrigados a comer carne de porco e cantar hinos patrióticos todas as manhãs.