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Pequim denuncia atos 'absolutamente intoleráveis' em Hong Kong

No último domingo, um grupo de manifestantes atacou o Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong

Pequim denunciou duramente nesta segunda-feira (22) o ataque ocorrido no dia anterior contra seu escritório de representação em Hong Kong por manifestantes anti-governo, denunciando atos "absolutamente intoleráveis" e cobrando "punição aos culpados".

A ex-colônia britânica, retrocedida para a China em 1997 e que desfruta de ampla autonomia dentro do território chinês, é palco desde junho de grandes manifestações contra o governo de Hong Kong.

O movimento começou com a rejeição a um projeto de lei, atualmente suspenso, que permitiria as extradições para a China continental. Mas os manifestantes agora exigem uma anistia para os detidos, o sufrágio universal e a renúncia da chefe do executivo local, Carrie Lam.

No domingo, um grupo de manifestantes atacou o Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong. Jogaram ovos e fizeram pichações na fachada do prédio, desafiando a autoridade de Pequim depois da invasão no início de julho do Parlamento de Hong Kong.

Estes atos "prejudicam seriamente o espírito do Estado de direito ao qual Hong Kong está fortemente ligado e prejudicam seriamente todo o povo chinês, incluindo os sete milhões de compatriotas de Hong Kong", afirmou à imprensa Wang Zhimin, chefe do escritório de representação.

Na China continental, o governo e a imprensa estatal também condenaram os atos de vandalismo.

"Esse tipo de comportamento desafia abertamente a autoridade do governo central", declarou um porta-voz da Secretaria para os Assuntos de Hong Kong e Macau, denunciando à agência Xinhua "atos absolutamente intoleráveis".

"Apoiamos as medidas necessárias tomadas pelo governo de Hong Kong para garantir a segurança dos órgãos do governo central em Hong Kong, para preservar o Estado de direito e punir os culpados", disse.

Sob o princípio "um país, dois sistemas", Hong Kong beneficia, teoricamente até 2047, de uma semi-autonomia e de amplas liberdades que não existem na China continental - como um judiciário independente e a liberdade de expressão.

Mas a ex-colônia é palco de forte agitação política devido à ansiedade gerada pela crescente interferência de Pequim em seus assuntos internos.

"A violência de alguns fanáticos não pretende realmente combater o projeto de extradição, mas promover suas ideias políticas", denunciou em editorial o jornal de língua inglesa China Daily.

Para este jornal, os confrontos em Hong Kong vão contra a opinião da "maioria silenciosa" de Hong Kong, que deseja acima de tudo viver "uma vida pacífica".