De acordo com um comunicado oficial, "a polícia de Manchester prendeu Hashem Abedi por homicídio, tentativa de assassinato e conspiração para causar uma explosão que poderia colocar vidas em perigo".
Em sua chegada a Londres, o detido foi levado para uma delegacia, onde deve permanecer até sua audiência no tribunal.
Em 22 de maio de 2017, Salman Abedi, um britânico de 22 anos de origem líbio, detonou uma bomba na Arena Manchester, após o show da cantora americana Ariana Grande. Pelo menos 22 pessoas morreram, entre elas vários adolescentes. Mais de 100 ficaram feridas.
Alguns dias depois do ataque, a Força de Radaa prendeu em Trípoli seu irmão e seu pai. Este último foi solto algumas semanas mais tarde. Essa força é leal ao Governo de Acordo Nacional líbio, reconhecido pelas Nações Unidas.
Radaa disse à época que Hashem Abedi havia "admitido que estava no Reino Unido durante o período de preparação do atentado" e que era "plenamente consciente dos detalhes dessa operação terrorista".
"Este é claramente um momento importante na investigação", reagiu imediatamente a primeira-ministra Theresa May, que, no momento do anúncio, estava dando uma entrevista coletiva.
"Espero que essa etapa satisfaça os familiares de todas as vítimas" e permita levar este caso "aos tribunais", afirmou.
Embora a Líbia não costume extraditar seus cidadãos, Abedi "foi entregue à embaixada britânica no aeroporto de Mitiga (perto de Trípoli), em conformidade com uma decisão judicial líbia e a pedido das autoridades britânicas", anunciou o porta-voz da Força Radaa, Ahmed Ben Salem, nesta quarta.
A polícia de Manchester afirmou, por sua vez, ter coletado provas suficientes para pedir e obter um mandado de prisão contra Hashem Abedi.
A Força Radaa é, essencialmente, formada por salafistas (não jihadistas) e está baseada, sobretudo, ao leste da capital líbia. Este grupo armado age como polícia em Trípoli, perseguindo tanto os traficantes - de drogas, ou de álcool - quanto pessoas suspeitas de pertencerem a células extremistas.