Os oito contêineres apreendidos na cidade de Surabaya deveriam conter apenas papel reciclado, mas as autoridades também encontraram materiais perigosos e resíduos como garrafas de plástico e recipientes, fraldas usadas, lixo eletrônico e latas, disse à AFP um porta-voz da agência alfandegária de Java Oriental.
Após a inspeção, o ministério do Meio Ambiente da Indonésia recomendou que "os contêineres sejam reexportados", segundo um comunicado.
"Estamos protegendo o público e o meio ambiente da Indonésia, especialmente de Java Oriental, dos resíduos B3", acrescentou o ministério, referindo-se a resíduos perigosos e tóxicos.
A empresa australiana Oceanic Multitrading exportou o lixo para a Indonésia com a ajuda da companhia indonésia PT.MDI, que fabrica papel reciclado e papelão, segundo as autoridades.
A decisão da China em 2018 de proibir a importação de resíduos plásticos estrangeiros causou o caos no mercado global de reciclagem e forçou as nações desenvolvidas a encontrar outros destinos para seus resíduos.
Enormes quantidades de lixo foram enviadas desde então para o sul da Ásia, onde a oposição ao recebimento de lixo exportado está crescendo.
A Indonésia anunciou na semana passada que devolveria 49 contêineres cheios de lixo para a França e outros países desenvolvidos.
Em maio, a vizinha Malásia anunciou o envio de 450 toneladas de resíduos plásticos importados de volta às suas origens, incluindo Austrália, Bangladesh, Canadá, China, Japão, Arábia Saudita e Estados Unidos.
As Filipinas, por sua vez, devolveram cerca de 69 contêineres de lixo para o Canadá no mês passado, encerrando uma batalha diplomática entre os dois países.