A secretaria americana de Justiça indicou, por sua vez, que tinha a intenção de apresentar novas justificativas jurídicas para poder fazer a famosa pergunta aos moradores que responderem ao censo de 2020: "Esta pessoa tem a cidadania americana?".
O tempo urge, pois os milhões de formulários estão na gráfica e as consequências de uma alteração podem ser enormes: o censo condiciona o pagamento de 675 bilhões de dólares em subvenções federais e determina o número de lugares atribuídos a cada estado do país na Câmara de Representantes em função de sua população.
A inclusão de uma pergunta sobre a nacionalidade, retirada há mais de 60 anos dos formulários, poderia levar 1,6 milhão a 6,5 milhões de imigrantes a se absterem de participar do censo ou mentir nas respostas por medo de ser localizados, especialmente no caso daqueles em situação ilegal, advertem especialistas do censo.
A Suprema Corte bloqueou na semana passada a inclusão desta pergunta porque considerou artificiais as justificativas aportadas pelo governo de Donald Trump.
O presidente americano mencionou então um possível adiamento da impressão dos formulários do censo - que deve ser realizado a cada dez anos, segundo a Constituição - para dar novo argumento à Corte.
O governo anunciou na terça-feira que abriria mão desta pergunta, mas Trump acabou rejeitando a decisão de seu próprio Executivo.
Nesta sexta-feira, jornalistas perguntaram a Trump sobre a vontade de recorrer a um decreto presidencial para eludir a decisão da Suprema Corte.
"Pensamos nisso. Temos quatro ou cinco formas de fazê-lo", respondeu nos jardins da Casa Branca.
A oposição provavelmente vai recorrer de qualquer nova iniciativa do governo para incluir a pergunta.