"Vamos observar com atenção e, com base nestes detalhes, vamos decidir", declarou em uma entrevista ao canal de notícias BFM.
Como fez durante as negociações do acordo comercial entre UE e Canadá, a França solicitará "garantias" aos países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), completou a porta-voz.
"Não posso dizer que hoje vamos ratificar o Mercosul. A França, no momento, não está pronta para ratificar", disse Ndiaye.
O acordo anunciado na sexta-feira por UE e Mercosul é o maior já assinado pelo bloco europeu.
A França é um dos países mais reticentes ao acordo porque teme os efeitos para seu influente setor agrícola, que pode seria afetado pela grande entrada de produtos sul-americanos no mercado.
Os fazendeiros franceses, muito dependentes dos subsídios europeus e organizados em propriedades familiares que geram uma renda pequena (10.000 a 12.000 euros de média em 2018, segundo a Federação Nacional de Carne Bovina), afirmam que não conseguirão competir com o que chamam de "fábricas de carne" sul-americanas.
Eles ressaltam as diferenças nas práticas dos dois continentes, que não favorecem os europeus: enquanto na UE as normas ambientais são cada vez mais rígidas, na América do Sul são utilizados antibióticos, hormônios do crescimento e soja geneticamente modificada.