Por volta das 8h50 (1h20 em Brasília) de ontem, o som que tem se tornado típico em Cabul chamou a atenção da atriz afegã-americana Fereshta Kazemi. ;Eu escutei o barulho tão alto, que ele explodiu através da música em meus fones de ouvido. A sensação era como se eu estivesse em um terremoto;, contou ao Correio. A reação de Kazemi foi fotografar a nuvem de fumaça no horizonte e publicar a imagem em sua página no Twitter. ;Cabul sob ataque neste momento. Outro ataque;, escreveu. Um caminhão-bomba tinha acabado de explodir do lado de fora do prédio do Ministério da Defesa, em uma das áreas mais vigiadas da capital do Afeganistão. Pelo menos 16 pessoas morreram e 105 ficaram feridas, incluindo 51 crianças. Logo após a explosão, cinco extremistas entraram em um prédio e começaram a atirar. Depois de sete horas de tiroteio, foram mortos por soldados.
;A situação em Cabul é um misto de medo e de normalidade. As pessoas estão telefonando para seus parentes, a fim de se assegurarem de que eles não foram feridos no ataque. Muitas correram para os hospitais;, relatou Kazemi. A milícia fundamenalista Talibã reivindicou a autoria do atentado, que ocorreu no momento em que governo e terroristas se engajam em diálogos de paz. De acordo com o porta-voz da facção, Zabiullah Mujahid, a explosão tinha como alvo ;um centro de logística e de engenharia do Ministério da Defesa;. As fotos de crianças ensanguentadas e segurando livros e lápis, com o semblante de horror, se espalharam pelas redes sociais.