"Nós temos um acordo", afirmou às 13h30 de Brasília uma das três fontes diferentes que confirmaram à AFP o acordo alcançado por chanceleres do Mercosul e comissários europeus em Bruxelas.
"O acordo é um marco histórico no relacionamento entre o Mercosul e a União Europeia", e sua conclusão "ressalta o compromisso dos dois blocos com a abertura econômica e o fortalecimento das condições de competitividade", afirma uma nota conjunta dos ministérios da Economia e das Relações Exteriores brasileiros.
Os responsáveis políticos europeus e sul-americanos estavam reunidos desde a noite de quarta-feira em Bruxelas, na reta final dos diálogos, iniciadas em 1999 e retomadas de novo em 2010, após um hiato de seis anos.
O acordo entre os dois blocos, que procuram reduzir as tarifas para setores-chave como o automotivo e o agrícola, é um dos maiores já fechados pela UE e criaria um mercado de quase 800 milhões de consumidores.
Contudo, a reta final de negociações foi marcada pela pressão de agricultores e ecologistas europeus, alertados pelas declarações no começo de junho dos dois lados do Atlântico de um acordo próximo.
Os mandatários de França, Irlanda, Bélgica e Polônia enviaram neste mês uma carta expressando sua "profunda preocupação" sobre o impacto de um acordo na agricultura.
Dirigentes de sete países europeus, entre eles Espanha, Alemanha e Portugal, responderam com outra carta a Juncker para expressar os benefícios de um acordo, convidando ambas partes a "fazer algumas concessões finais".
Após o acordo ser alcançado, terá início um período para checar o texto juridicamente e traduzi-lo às diferentes línguas antes da assinatura final, que deve contar com o aval dos 28 países da UE e dos quatro do Mercosul.
O comércio entre os países europeus e os do Mercosul chegou, em 2018, a quase 88 bilhões de euros, com a balança comercial ligeiramente favorável aos europeus, em cerca de 2,5 bilhões de euros.