"Agradecendo pela capacidade de julgamento político e valentia extraordinária do presidente Trump, Kim disse que levaria seriamente em consideração o conteúdo interessante da carta", segundo a fonte. Não foram divulgados detalhes do conteúdo do documento.
A agência não forneceu mais detalhes sobre o conteúdo da carta, e a Casa Branca se recusou a confirmar o envio de uma carta de Trump para seu colega norte-coreano, mas a presidência sul-coreana disse que foi informada da existência de tal correspondência.
"Seul considera positivo que o diálogo entre o Norte e os Estados Unidos continue avançando por meio de trocas de cartas no mais alto nível", indicou a presidência do vizinho do Sul.
Em 11 de junho, Trump disse ter recebido uma carta "magnífica" de Kim Jong Un e que continuaria confiando na Coreia do Norte, apesar da ausência de progressos tangíveis na desnuclearização.
As conversas sobre a questão nuclear entre Estados Unidos e Coreia do Norte estão em ponto morto desde a reunião de cúpula de Hanói, em fevereiro, a segunda entre Trump e Kim, na qual os dois não chegaram a um acordo sobre um possível relaxamento das sanções e sobre o que a Coreia deveria fazer em contrapartida.
A China tem a chave
Kim Jong Un recebeu esta semana em uma visita de Estado do presidente da China, o único grande aliado de Pyongyang, apesar de também aplicar sanções internacionais contra o regime norte-coreano.
Xi Jinping garantiu a Kim que saudou "os esforços da Coreia do Norte para manter a paz e a estabilidade na península coreana e promover sua desnuclearização".
"A China é a chave do que a Coreia do Norte mais deseja: garantias de segurança e desenvolvimento econômico", explicou Koh Yu-hwan, professor da Universidade Dongguk, em Seul.
"Depois de ter obtido a promessa de ajuda ativa da China nesses dois aspectos, Kim estende a mão aos Estados Unidos", acrescentou.
Xi e Trump se encontrarão por ocasião da cúpula do G20 no final de junho no Japão.
Analistas acreditam que o presidente chinês vai usar sua viagem a Pyongyang para mostrar ao seu colega americano a influência que ele tem sobre Kim.
As tensões entre a Coreia do Norte e o resto do mundo diminuíram consideravelmente no ano passado, após os níveis dos anos anteriores devido a testes nucleares e disparos de mísseis pelo regime de Pyongyang.
Esta distensão foi ilustrada em 2018 com a histórica reunião entre Kim e Trump em Singapura.
Mas sua segunda cúpula, em fevereiro passado, em Hanói, foi concluída sem progresso, permanecendo bloqueada na questão da desnuclearização da Coreia do Norte.
Washington exige que isso ocorra antes de retirar as sanções internacionais, e Pyongyang se nega a isso.