Cerca de 800 milhões de pessoas dependem, em parte, do escoamento sazonal das geleiras dos Himalaias para irrigação e fornecimento de energia hidrelétrica, além de água potável. Com o derretimento acelerado, um estudo publicado em maio demonstrou que lagos de água derretida estão se formando rapidamente atrás de represas naturais de detritos rochosos; esses ameaçam comunidades rio abaixo com inundações potencialmente destrutivas e letais. Mesmo no Monte Everest, cadáveres de alpinistas há muito perdidos que não conseguiram retornar estão emergindo do derretimento do gelo e da neve ao longo das trilhas.
O estudo, da Universidade do Norte de British Columbia mostra que, ;mesmo as geleiras nas montanhas mais altas do mundo estão respondendo aos aumentos da temperatura do ar global impulsionados pela queima de combustíveis fósseis;, afirma o geógrafo Joseph Shea, que não esteve envolvido na pesquisa. ;A longo prazo, isso levará a mudanças no tempo e na magnitude do fluxo em uma região densamente povoada;, alerta. ;Isso mostra como os Himalaias estão ameaçados se a mudança climática continuar no mesmo ritmo nas próximas décadas;, afirma Etienne Berthier, glaciologista do Laboratório de Estudos em Geofísica e Oceanografia Espacial da França, que também não participou da pesquisa. (PO)