Após meses de uma missão do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos ter preparado a visita, Bachelet chegará ao país a convite do presidente Nicolás Maduro.
No governo de Maduro - iniciado em 2013 - a outrora potência petroleira caiu na pior recessão de sua história moderna.
A diplomata, que se reunirá ainda nesta quarta-feira com Maduro, permanecerá até sexta-feira no país, quando fará uma declaração final.
De acordo com a ONU, desde 2015 quase quatro milhões de venezuelanos emigraram pela crise, marcada pela escassez de produtos básicos, uma hiperinflação que o FMI projeta para 10.000.000% para 2019, o colapso do sistema de saúde e falhas nos serviços públicos.
A visita não escapa da disputa entre Maduro e Juan Guaidó, presidente do Parlamento que se autoproclamou chefe de Estado encarregado há cinco meses e recebeu o apoio de 50 países, liderados pelos Estados Unidos.
Maduro afirma que Bachelet chega com sua permissão, enquanto Guaidó alega que "é uma conquista do protesto" para exigir a saída do líder socialista, a quem ele chama de "ilegítimo".
"O regime vai tentar esconder os problemas", adverte o opositor, mas Bachelet anunciou que encontrará todos os personagens da crise, incluindo "vítimas de abusos e de violações dos direitos humanos, para não ser parte de nenhum tipo de estratégia".
A visita pode dar mais visibilidade à crise e motivar a União Europeia a "aumentar a pressão", afirmou à AFP o analista Mariano de Alba.