Bruxelas havia soado o alarme às vésperas das eleições ao Parlamento Europeu, realizada no fim do mês passado. Ontem, veio a confirmação: em relatório divulgado pela Comissão Europeia, autoridades indicam ter detectado uma ;contínua e sustentada atividade de desinformação da parte de fontes russas; durante a campanha, com o objetivo de influenciar os eleitores e desestimular sua participação nas urnas.
Devido aos indícios que apontavam Moscou como um potencial condutor de campanhas de ;notícias falsas;, na campanha, os Estados membros do bloco europeu foram convocados a manter vigilância na internet. Houve forte pressão nas redes sociais, como Facebook e Twitter.
De acordo com o documento divulgado ontem, a mobilização não revelou ;uma campanha de desinformação transfronteiriça;, propriamente dita. Contudo, ;as evidências reunidas revelaram atividades contínuas e sustentadas de desinformação por parte de fontes russas destinadas a limitar a participação eleitoral e influenciar as preferências dos eleitores;.
O resultado do monitoramento não identificou claramente quem estava por trás dessas atividades. Ressaltou, porém, que a operação envolveu ;uma vasta gama de assuntos, desde o questionamento da legitimidade democrática da União Europeia até a exploração de debates públicos conflituosos sobre questões como a imigração e soberania;.
;Houve uma tendência consistente por parte desses agentes maliciosos de usar a desinformação para promover pontos de vista extremos e polarizar os debates locais, incluindo ataques infundados à UE;, frisou o documento, segundo o qual os envolvidos não são necessariamente de longe: ;os atores políticos nacionais adotaram com frequência as táticas e histórias usadas por fontes russas para atacar a UE e seus valores;.