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Após polêmica com Trump no Reino Unido, G-20 recomenda fontes domésticas

Tendo em conta o envelhecimento da população e o encarecimento dos serviços médicos, o grupo recomendou também que os responsáveis pelas finanças se atenham à questão fiscal e que determinem o melhor mix de receitas diversificadas

Em meio à polêmica que se criou no Reino Unido esta semana em relação ao sistema de saúde público local (conhecido pela sigla NHS) durante a visita do presidente americano, Donald Trump, por terras britânicas, o G-20 financeiro (grupo formado pelas equipes econômicas das 20 maiores economias do mundo) recomendou que a prioridade a ser dada pelos ministros das Finanças é priorizar fontes domésticas que ofereçam serviços justos e equitativos à população. Tendo em conta o envelhecimento da população e o encarecimento dos serviços médicos por causa da aplicação de novas tecnologias em procedimentos, o grupo recomendou também que os responsáveis pelas finanças se atenham à questão fiscal e que determinem, cada um de acordo com as condições de seus respectivos países, o melhor mix de receitas diversificadas.

Em sua passagem pelo Reino Unido, Trump disse ao lado da primeira-ministra Theresa May, que o Serviço Nacional de Saúde faria parte das negociações sobre um possível acordo comercial entre os dois países depois do Brexit, como é conhecida a saída dos britânicos da União Europeia (UE). "Quando você está negociando, tudo está na mesa", disse ele, causando imediatas reações contrárias da oposição e até de membros do próprio Partido Conservador, de Theresa May. O objetivo americano é acessar os negócios do NHS, um sistema que é gratuito no país e que é considerado uma das joias britânicas pelos seus cidadãos. Nos últimos meses, a qualidade dos serviços passou a ser a preocupação número 1 dos ingleses e vizinhos.

Antes da votação do plebiscito sobre o Brexit, em junho de 2016, a imigração era a maior fonte de temores dos britânicos - atualmente está na quarta colocação. Nessa ocasião, o NHS já foi usado como bandeira para convencer os eleitores de que a separação do bloco comum seria a decisão mais adequada a ser tomada. O argumento - que não se comprovou até o momento - era o de que os recursos que são hoje destinados à UE passariam a ser remetidos diretamente ao sistema de saúde.

Para o G-20, a cobertura nacional de saúde (UHC, na sigla em inglês) é um ponto básico para um crescimento sustentável e inclusivo dos países. "Progressos no UHC, que garantam a todas as pessoas acesso de qualidade a serviços que precisam sem se preocuparem com dificuldades financeiras, melhoram os resultados de saúde e ajudam, assim, a desenvolver o capital humano." O grupo destacou, porém, que existem "desafios significativos". Os membros do G-20 consideraram que fundos de fontes externas podem ser mobilizadas também, mas de forma estratégica apenas, em áreas específicas que não podem ser supridas pelos governos locais. "Combinar um conjunto de expertise entre os dois ministérios (saúde e finanças) ajudará a acelerar nossos progresso globais do UHS."