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Itália suspende planos de Bannon de ocupar mosteiro para universidade

O mosteiro de Trisulti, enterrado em florestas de carvalho no topo da cordilheira montanhosa de Monti Ernici, a 130 quilômetros de Roma, tem 815 anos. Construído em 1204 e inaugurado pelo papa Inocêncio III a pedido da Ordem dos Cartuxos, também chamada de Ordem de São Bruno, foi escolhido a dedo pelo ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, para ser a sede de sua universidade do populismo, uma escola para fomentar jovens lideranças que espalhem mundialmente valores "ocidentais judaico-cristãos", de nacionalismo de direita. Os planos de Bannon de se instalar no coração da civilização ocidental naufragaram no começo da semana, quando o Ministério da Cultura da Itália revogou a licença de Bannon. A motivação não foi ideológica, mas financeira: o think tank de Bannon não pagou as taxas necessárias para ocupar o local nem cumpriu seus compromissos de manter e reformar o castelo onde funcionava o mosteiro. "Estamos interessados em respeitar a lei e proteger o patrimônio cultural nacional, do qual o mosteiro de Certosa de Trisulti obviamente faz parte." Os direitos de ocupar o mosteiro haviam sido passado para Human Dignity Institute, um centro de pensamento católico de extrema direita liderado por Bannon e coordenado pelo político britânico Benjamin Harnwell, que seria diretor da universidade. Vacca citou o fato de que o grupo não pagou as concessões adequadas e disse que o instituto não tinha nenhuma experiência em custódia do patrimônio cultural. O ministério também expressou preocupações de que os reparos não tivessem começado, o que tornaria a propriedade histórica indisponível para uso público. As autoridades italianas também afirmaram que o Human Dignity Institute submeteu ao Ministério Público um comprovante de transferência bancário forjado, que seria o pagamentos para a aquisição dos direitos de uso do mosteiro. Em resposta à declaração do governo italiano, Bannon afirmou em seu site, Breitbart News, que as acusações eram falsas, que a documentação é "toda verdadeiramente legítima, e as dúvidas são apenas poeira levantada pela esquerda". Também disse que não vai desistir de seu sonho de abrir a escola. "A luta por Trisulti é um microcosmo da luta pelo Ocidente judaico-cristão". Escanteado por Trump, Bannon montou base nos últimos meses na Europa para acompanhar as eleições do Parlamento Europeu, e pretendia lançar em breve sua escola. A intenção de Bannon era criar uma onda ideológica de populismo nacionalista e descentralizador na região. "Vamos ensinar os fundamentos do populismo e do nacionalismo? Sim, absolutamente ", disse Bannon ao Washington Post depois que o Human Dignity Institute ganhou sua candidatura para ocupar o mosteiro, que teriam um custo administrativo de US$ 111 mil por ano. "Mas também uma gama mais ampla de coisas." Desde o início, no entanto, os moradores se opuseram à ocupação por Bannon do mosteiro, que possui afrescos datados do século XVIII e arte de valor inestimável - sendo usado para fins políticos por agentes estrangeiros. Centenas de moradores se reuniram para protestar nos últimos meses contra a ocupação. "Quase toda a população é contra isso", disse Mauro Bussiglieri, prefeito da cidade de Anagni, perto do mosteiro. "Os cidadãos estão tendo dificuldade em entender que o mosteiro será um lugar onde futuros políticos serão treinados. Eles continuam olhando para isso como um lugar religioso, e é isso." O cardeal Renato Maria Martino, ex-presidente honorário do Human Dignity Institute, escreveu uma carta a Bannon aconselhando-o a não usar o local para fins políticos. "Eu recomendo que você tenha certeza de que a abadia realmente será transformada em um lugar para adoração e reunião aberta a todos", escreveu Martino, segundo o site Politico. "Eu realmente espero que você e o Human Dignity Institute consigam realizar o projeto sem quaisquer distorções ou modificações, inclusive em sua fase de implementação." Membros do Human Dignity Institute, um instituto católico liderado pelo aliado de Bannon e pelo agente político britânico Benjamin Harnwell, também se opuseram a usar o mosteiro para algo além de estudo religioso. (Com agências internacionais)