A despeito da oposição da ala militar do governo, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu ontem formalmente a representação diplomática do governo de Juan Guaidó, líder opositor reconhecido como presidente interino da Venezuela por 50 países, no Brasil. A professora Maria Teresa Belandria entregou suas cartas credenciais a Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto. Embaixadores de outros sete países também apresentaram a documentação ; México, Colômbia, Paraguai, Arábia Saudita, Peru, Guiné e Indonésia. O nome dela, porém, foi incluido de última hora.
Guaidó não demorou a celebrar. ;Agradecemos o compromisso do governo do Brasil com a luta de todos os venezuelanos. Reconhecer a nossa embaixadora é reconhecer o esforço de um país decidido a conquistar sua liberdade. Obrigada, presidente @jairbolsonaro;, destacou o líder da oposição em uma rede social. O presidente Nicolás Maduro não havia se manifestado até o fechamento desta edição.
Na semana passada, o governo brasileiro indicava que, embora reconhecendo Guaidó como presidente legítimo da Venezuela, não deveria dar esse passo formal por enquanto. O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, chegou a dizer que a recepção ou não das cartas credenciais de Maria Teresa Belandria seria avaliada em ;momento mais oportuno;.
;A embaixadora não foi desconvidada. A recepção ou não das cartas credenciais dela será avaliada futuramente, em um momento mais oportuno. Independentemente disso, ela é a representante do presidente encarregado Juan Guaidó, que o Brasil segue reconhecendo como presidente legítimo da Venezuela;, assinalou o porta-voz.
;Continuamos trabalhando pela democracia na Venezuela, em coordenação com o presidente Juan Gauidó;, tuitou, ontem, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ao comentar o credenciamento de Maria Teresa Belandria. Apesar de não apoiar uma intervenção militar, o governo Bolsonaro considera que Maduro deve sair do poder e realizar novas eleições como uma saída para a crise política e social no país.
Espanha
Em um breve comunicado, o governo espanhol informou ontem a chegada de Lilian Tintori, mulher do líder opositor venezuelano Leopoldo López, em Madri, com a filha do casal. A declaração não detalhou quando e por qual motivo ela deixou a residência do embaixador espanhol na Venezuela, onde se refugiou com o marido no início do mês passado, depois da libertação do político e de sua participação na tentativa de revolta militar contra o regime em 30 de abril.
;Agradecemos o compromisso do governo do Brasil com a luta de todos os venezuelanos. Reconhecer a nossa embaixadora é reconhecer o esforço de um país decidido a conquistar sua liberdade. Obrigada, presidente @jairbolsonaro;
Juan Guaidó, líder opositor, autoproclamado presidente interino da Venezuela