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Kushner questiona preparo palestino

Destacado por Donald Trump para elaborar um plano de paz para o Oriente Médio, Jared Kushner, assessor e genro do presidente norte-americano, sugeriu que os palestinos não estão preparados para governar. A declaração foi dada em uma entrevista ao site de notícias americano Axios, na qual também afirmou não se importa se os palestinos não confiam nele, uma vez que devem estruturar suas decisões se o plano vai melhorar suas vidas.

;A esperança é de que, com o tempo, eles se tornem capazes de governar;, respondeu Jared Kushner ao ser indagado se acreditava que os palestinos podem se governar sem a interferência de Israel. De acordo com trechos da entrevista, o genro de Trump disse que os palestinos ;precisam de um sistema judicial justo (...), liberdade de imprensa, liberdade de expressão, tolerância a todas as religiões;.

Estimou que eles ;deveriam ter autodeterminação;, sem dizer se isso significaria um Estado independente ou outra forma de autonomia. Em outra ocasião, o marido de Ivanka Trump havia indicado que o seu plano não apoiará a criação de um Estado palestino.

Os líderes palestinos já rejeitaram o plano de paz, argumentando que as decisões do presidente dos EUA, até agora, mostraram que ele é claramente pró-Israel. Eles se referem à transferência da embaixada americana para Jerusalém, declarada por Trump como a capital de Israel, o cortar de centenas de milhões de dólares em ajuda palestina e fechamento da representação diplomática dos palestinos em Washington.

;Não estou aqui para que confiem em mim;, afirmou Kushner a Axios, acrescentando que sabe distinguir os palestinos de seus líderes. O assessor de Trump considerou que todos vão saber ;olhar para os fatos e, então, tomar uma decisão;. A entrevista foi gravada antes da visita de Kushner a Jerusalém na semana passada, uma viagem que também incluiu paradas no Marrocos e na Jordânia.

No sábado, reunidos na cidade sagrada de Meca, representantes dos 57 países islâmicos manifestaram apoio aos palestinos durante cúpula da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), que denunciou a transferência da embaixada americana a Jerusalém. Ao mesmo tempo, a OCI destacou que a ;paz e a estabilidade na região do Oriente Médio só chegarão quando Israel abandonar os territórios ocupados em 1967;. O plano que vem sendo elaborado por Jared Kushner deve ser apresentado no fim do mês em uma conferência no Bahrein.

Bombardeios em Idlib


Forças do governo de Bashar al-Assad atacaram ontem vários setores da província de Idlib, no noroeste da Síria. Na ofensiva, morreram seis civis, quatro deles na localidade de Maaret al-Noomane, submetida a intensos bombardeios nos últimos dias, segundo informações do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Em meio à destruição, moradores tentavam fugir, enquanto equipes de resgate transportavam feridos, ou retiravam sobreviventes dos escombros. A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou Damasco e Moscou de usarem ;armas proibidas internacionalmente;, citando ;bombas de fragmentação, armas incendiárias;, além de ;barris explosivos;, geralmente lançados de helicópteros sobre ;setores habitados por civis;. A província é último grande reduto extremista na Síria.