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Regime sírio lança novos bombardeios na província síria de Idlib

Ataque deixou seis civis mortos

Agência France-Presse
postado em 03/06/2019 16:38
Bashar al-Assad, presidente da Síria O governo de Bashar al-Assad voltou a atacar vários setores da província de Idlib (noroeste da Síria), nesta segunda-feira (3/6), matando seis civis.

Quatro dos seis civis foram mortos na localidade de Maaret al-Noomane, submetida a intensos bombardeios nos últimos dias, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
[SAIBAMAIS]

Moradores fugiam em meio à destruição, enquanto equipes de resgate transportavam feridos, ou retiravam sobreviventes, relata o correspondente da AFP.

A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou Damasco e Moscou de usarem "armas proibidas internacionalmente", citando "bombas de fragmentação, armas incendiárias", mas também "barris explosivos", geralmente lançados de helicópteros sobre "setores habitados por civis".

"Síria e Rússia usam um coquetel de armas proibidas internacionalmente contra uma população civil encurralada", denunciou a diretora interina para Oriente Médio da HRW, Lama Fakih.

O Kremlin justificou os bombardeios, acusando os extremistas de terem atacado zonas pró-governo.

"Os bombardeios dos terroristas procedentes de Idlib são inaceitáveis e foram tomadas medidas para neutralizar essas posições de artilharia", declarou Moscou em um comunicado.

Nesta segunda-feira, a Rússia bloqueou um comunicado do Conselho de Segurança criticando a campanha militar do regime sírio na região de Idlib, que as potências ocidentais temem que vá resultar em uma catástrofe humanitária.

Em uma nota à qual a AFP teve acesso, a Rússia destacou que a declaração proposta não era equilibrada porque não mencionava as cidades de Hajin e Baguz, onde civis sofreram durante combates contra o grupo Estado Islâmico, apoiados pelos Estados Unidos

Bélgica, Alemanha e Kuwait apresentaram o texto depois de duas reuniões de emergência do conselho sobre o aumento da violência nesta região controlada pelos extremistas.

A província de Idlib ainda é, em grande parte, dominada pela organização Hayat Tahrir al-Sham (HTS). Embora Damasco não tenha mencionado uma ofensiva concreta contra o HTS, continua a bombardear e combater no terreno. Hoje, o governo Assad tem controle sobre cerca de 60% do território nacional.

Em um mês, cerca de 300 civis foram mortos nos bombardeios sírios e russos nesta província e em zonas limítrofes, de acordo com o OSDH. Segundo a ONU, pelo menos 23 hospitais e várias escolas foram atingidos, e mais de 270 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

No domingo, o presidente americano, Donald Trump, havia pedido ao regime de Assad e a seu aliado russo para porem fim à "carnificina" e a "bombardeios infernais" nesta província, último grande reduto extremista na Síria.

Ataques israelenses

Em 24 horas, o Exército israelense bombardeou várias posições das forças leais a Assad, matando 15 combatentes em uma escalada das operações militares de Israel contra o país vizinho em guerra.

Esses eventos ilustram a complexidade do conflito que assola a Síria desde 2011, com o envolvimento de diversos atores e potências.

Desde o início da guerra na Síria, Israel lançou vários ataques contra o Exército sírio, mas também contra as forças do Irã e do Hezbollah libanês, aliados de Assad e de grandes inimigos do Estado judeu, ambos com presença militar na Síria.

Nesta segunda-feira, antes do amanhecer, o Exército israelense disparou mísseis contra a base aérea T4 na província central de Homs, segundo a agência oficial síria Sana.

Durante a noite, atacou posições pró-regime perto da capital Damasco e na província de Quneitra, alegando responder a foguetes disparados da Síria.

No total, de acordo com o OSDH, os bombardeios israelenses mataram 15 combatentes: sete estrangeiros pró-regime em Kesswa, perto de Damasco, cinco soldados sírios na base T4, e três, em Quneitra.

A imprensa estatal síria falou de apenas quatro soldados sírios mortos.

Segundo a agência Sana, a defesa antiaérea síria em Damasco entrou em ação e derrubou "mísseis inimigos" lançados "do Golã ocupado" por Israel.

O OSDH afirmou que "depósitos e posições das forças sírias, das forças iranianas e do Hezbollah foram alvos de bombardeios", especialmente em Kesswa.

O Exército israelense advertiu que "considerava o regime sírio" responsável por "todas as ações tomadas contra Israel".

"Não vamos tolerar disparos contra nosso território", alertou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O mais recente bombardeio de Israel na Síria remonta a 27 de maio, quando um míssil atingiu a província de Quneitra, matando um soldado sírio.

Israel diz que está determinada a impedir que o Irã se estabeleça militarmente na Síria, onde Teerã apoia o presidente Assad na guerra iniciada há oito anos e que já deixou mais de 370.000 mortos.

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