O jornalista saudita Jamal Khashoggi, morto no ano passado nas dependências do consulado da Arábia Saudita em Istambul, recebeu neste sábado, 1, de maneira póstuma a Medalha Dourada da Liberdade - prêmio oferecido pela Associação Mundial de Jornais (WAN-IFRA), em uma cerimônia em Glasgow, no Reino Unido.
Segundo a organização, o prêmio, entregue durante o 71º Congresso Mundial de Notícias da entidade, reconheceu o antigo comprometimento de Khashoggi com a verdade e a liberdade de expressão, mesmo às custas de um grande sacrifício pessoal, que culminou com a sua morte.
Durante a entrega do prêmio, o presidente do Fórum Mundial de Editores, Dave Callaway, lembrou de uma declaração de Khashoggi sobre a perseguição à imprensa na Arábia Saudita.
"Quando falo sobre medo e intimidação e conto que sou saudita, alguém fica surpreso?", dizia o colunista do Washington Post. "Apesar do seu amor por seu país, ele não conseguiu ignorar o que acontecia ali", lembrou Callaway.
Kashoggi morreu em outubro nas dependências do consulado ao tentar conseguir um documento para preparar seu casamento com a noiva turca. O governo saudita inicialmente negou envolvimento com o caso, mas, sob pressão, iniciou uma investigação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.