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Impacto deve pautar a política


Constatar a associação entre confrontos armados e impacto a longo prazo em civis é um trabalho que pode subsidiar a política internacional de saúde voltada para a prevenção de doenças cardíacas em países politicamente instáveis, onde o conflito está ocorrendo ou onde é provável que ocorra, defendem os autores do estudo publicado hoje, na revista Heart.

Eles também pontuam algumas recomendações, como priorizar cuidados de saúde primária durante e após conflitos e treinar profissionais de saúde para se concentrar tanto nas formas mais baratas e eficazes de prevenir doenças cardíacas quanto na prescrição de medicamentos genéricos, que são mais acessíveis.

Para os pesquisadores, em situações de conflito e pós-conflito, os modelos de saúde baseados na comunidade (onde as pessoas acessam serviços por meio e clínicas locais) podem estar melhor posicionados para realizar intervenções como triagem de condições de saúde subjacentes, prescrição de medicamentos preventivos ou programas de cessação do tabagismo e redução de álcool. Eles acrescentam que o treinamento de profissionais de saúde nas regiões afetadas deve ser uma prioridade, permitindo que eles forneçam medidas de prevenção e controle de doenças cardiovasculares assim que o conflito terminar.

Mohammed Jawad, autor do estudo e pesquisador do Imperial College London, ressalta também a importâncias da realização de mais estudos científicos em busca de formas eficazes de enfrentar esse fenômeno. ;Como os conflitos estão se tornando cada vez mais demorados, isso traz novos desafios para medir o impacto deles na saúde pública. Há uma necessidade urgente de mais pesquisas nessa área para confirmar as associações que encontramos e ajudar governos e agências de saúde a reduzir o ônus das doenças cardíacas entre os civis durante as guerras e nos meses e anos seguintes;