Jornal Correio Braziliense

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Falência de siderúrgica


A incerteza em relação ao Brexit teria contribuído para a falência da gigante siderúrgica privada British Steel, que sofre com graves problemas de insolvência. A situação pode colocar em xeque 25 mil postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos. ;A Alta Corte ordenou a liquidação da British Steel Limited. O administrador judicial oficial foi nomeado como liquidador;, anunciou o governo por meio de um comunicado. A liquidação significa que os ativos da British Steel no Reino Unido serão vendidos para pagar os salários de seus trabalhadores e indenizar os fornecedores na medida do possível.

A British Steel surpreendeu o país, em 14 de maio, ao anunciar a necessidade urgente de dinheiro, com o reconhecimento de graves problemas de liquidez, situação atribuída ao impacto em sua atividade da incerteza que cerca o Brexit. Durante o processo de liquidação, a empresa terá que continuar operando. ;Os funcionários continuarão sendo remunerados e conservarão seu contrato;, explicou o administrador judicial. Depois da conclusão da liquidação, a British Steel deixará de existir, e os mais de 4,5 mil funcionários do grupo no Reino Unido perderão os empregos, em particular na grande fábrica de Scunthorpe, nordeste da Inglaterra.

De acordo com os sindicatos e deputados da oposição de esquerda, a medida também afetará os quase 20 mil empregos indiretos na cadeia de abastecimento. ;O Brexit despojou a British Steel de sua carteira de pedidos no exterior. Como resultado, 4 mil empregos diretos e outros 20 mil empregos na cadeia de abastecimento estão em perigo;, criticou a deputada trabalhista Jo Stevens, líder do grupo parlamentar sindical GMB.

Por várias vezes, os sindicatos britânicos tinham solicitado uma intervenção do governo, com a estatização do grupo, pertencente ao fundo de investimentos Greybull Capital. Nos últimos dias, o governo iniciou negociações com a direção do grupo, mas não chegou a nenhum resultado. ;Só podemos atuar dentro da lei e está claro que seria ilegal conceder um empréstimo ou garantia nos termos solicitados pela empresa;, explicou a primeira-ministra, Theresa May, durante sessão semanal de perguntas e respostas na Câmara dos Comuns.