Jerusalém - O procurador-geral israelense adiou para início de outubro a data na qual o premiê Benjamin Netanyahu deverá comparecer para responder às acusações de corrupção que pesam contra ele.
Em uma carta dirigida aos advogados de Netanyahu, o procurador Avichai Mandelblit estipula que as audiências serão em 2 e 3 de outubro. Em abril, ele havia marcado o comparecimento do premiê para 10 de julho.
Em sua carta publicada nesta quarta-feira (22/5), o procurador-geral faz referência ao pedido de Amit Hadad, um dos advogados do premiê, de adiar a audiência para 14 de maio de 2020. A justificativa é que precisava de tempo para examinar de maneira exaustiva os elementos do caso que lhe foram transmitidos na semana passada.
Os advogados de Netanyahu demoraram a recuperar estes elementos, em protesto por honorários não pagos.
O procurador rejeita o pedido do advogado e estipula que, "se for necessário, vai-se organizar um dia de audiência adicional na semana seguinte ao prazo acordado, no mais tardar".
Em fevereiro, Avichai Mandelblit havia anunciado sua intenção de indiciar o primeiro-ministro israelense por "corrupção", "fraude" e "abuso de confiança" em três casos de doações recebidas por parte de ricos empresários, em troca de boas relações entre políticos, além de tentativas de conivência com a imprensa.
O primeiro-ministro, que conquistou um quinto mandato nas eleições legislativas de 9 de abril, nega categoricamente as acusações e denuncia uma "caça às bruxas".
Mesmo acusado, Benjamin Netanyahu, de 69 anos - dos quais 13 no poder -, não estaria legalmente obrigado a renunciar antes de ser condenado e de ter esgotado todos os procedimentos de apelação. Segundo especialistas, isso pode levar anos.
De acordo com a imprensa, sua vitória nas legislativas pode reforçá-lo e lhe permitir introduzir uma lei para proibir que autoridades políticas sejam acusadas durante seu mandato.