As tradicionais passeatas do Dia do Trabalho em Paris, geralmente pacíficas e dedicadas a reivindicações salariais, foram marcadas por forte esquema de segurança e choques entre militantes radicais, "coletes amarelos" e a polícia. Houve confrontos e ao menos 380 foram presos. Centenas de manifestantes ligados aos "black blocs" - militantes anticapitalistas e antifascistas vestidos de preto e com o rosto coberto - colocaram coletes amarelos e enfrentaram a polícia.
Os choques começaram às 13h de Paris (8h de Brasília), perto do restaurante La Rotonde, que ficou conhecido como palco da comemoração da vitória eleitoral do presidente Emmanuel Macron, em 2017. A polícia lançou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.
Grupos de "black blocs" e "coletes amarelos" responderam o ataque da polícia lançando pedras e outros projéteis contra os policiais. Imagens de televisão mostraram uma van com as janelas quebradas. Além de contar com representantes dos sindicatos trabalhistas e da população em geral, os protestos foram reforçados pelo "coletes amarelos".
A polícia francesa havia alertado na terça-feira, 30, sobre possíveis confrontos no Dia do Trabalho, com grupos anarquistas de extrema esquerda, conhecidos como black blocs, após as convocações publicadas em redes sociais para que os radicais fossem às ruas. Desde a madrugada, vários policiais começaram a revistar pessoas aleatoriamente nas proximidades da estação de Saint-Lazare, no centro de Paris.
Mais de 7.400 policiais e guardas civis foram mobilizados na capital francesa para as manifestações. As autoridades esperavam que cerca de 2 mil "black blocs" da França e de toda a Europa participassem dos tradicionais comícios pelo 1º de Maio. Até o início da tarde, a polícia havia feito 200 prisões.
Os grupos reivindicam uma política fiscal mais justa e mais políticas sociais do governo Macron. Na semana passada, em resposta à série de manifestações dos "coletes amarelos" desde o ano passado, Macron anunciou um conjunto de medidas com o objetivo de aumentar o poder aquisitivo das classes média e baixa, com corte de impostos, redução dos gastos públicos e reforma da previdência social.
Macron anunciou ainda uma indexação das pequenas correções da inflação, redução no imposto sobre o rendimento para 15 milhões de famílias até 2020, e garantiu que até 2022 não haverá fechamento de escolas ou hospitais sem acordo das autoridades locais.
As manifestações dos "coletes amarelos", assim chamados por usarem os coletes de segurança de motoristas, começaram em novembro em reação a aumentos nos preços dos combustíveis, mas se tornaram uma rebelião, às vezes violenta, contra políticos e a situação econômica francesa. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.