O imperador japonês Akihito participou nesta terça-feira, 30, de um ritual xintoísta antes de sua abdicação, programada também para hoje. Esta será a primeira substituição em vida no Trono do Crisântemo em 200 anos.
Vestido com roupas tradicionais seguindo um design do século IX, Akihito cumpriu o ritual em três edifícios xintoístas dentro do complexo do Palácio Imperial, em Tóquio. O traje, de várias camadas e com um quimono superior cor de canela (tonalidade de uso exclusivo do imperador), incluía um tradicional chapéu preto adornado com um destaque de meio metro de altura.
Este foi o primeiro ritual de vários que acontecerão ao longo desta terça-feira e que marcarão o fim da era do imperador Akihito, que assumiu o trono após a morte de seu pai, Hirohito.
O ritual xintoísta consiste em um tributo à deusa Amaterasu, anteriormente considerada uma ancestral da família imperial do Japão, uma origem divina com a qual o imperador Akihito rompeu depois que assumiu o trono, em 1989.
O príncipe herdeiro Naruhito, 59, filho do imperador, dará início à era "Reiwa" ("Bela harmonia", em tradução livre).
Akihito declarou que sua saúde e sua idade avançada limitavam suas funções como imperador em agosto de 2016, antecipando uma abdicação que mais tarde foi confirmada pelo governo.
A última vez que o Japão testemunhou a abdicação de um imperador foi em 1817, quando Kokaku entregou o trono a seu filho Ninko. O Japão terá um feriado inédito de dez dias para comemorar a ascensão do novo imperador.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, agradeceu Akihito pelo imperador ter buscado "a paz e felicidade para o seu povo" e por "estender as mãos em tempos de dificuldade". Abe disse que o imperador sempre compartilhou a felicidade e as dificuldades do povo. (Com agências internacionais).