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Juíza americana que impediu prisão de imigrante é denunciada

A magistrada de 51 anos pode ser condenada a até 20 anos de prisão

Uma juíza americana foi denunciada, nesta quinta-feira, em Boston, por ter ajudado um imigrante sem documentação legal a escapar da polícia migratória que queria prendê-lo após uma audiência - prisões comuns no governo do presidente Donald Trump que são denunciadas por defensores dos direitos humanos.

Segundo o procurador federal de Massachusetts, a juíza Shelley Richmond Joseph e um funcionário do tribunal, Wesley MacGregor, foram denunciados por associação ilícita para obstruir a Justiça e por obstrução da Justiça.

Os crimes ocorreram em 2 de abril de 2018, quando um imigrante dominicano, segundo a imprensa local, tinha que depor à juíza Shelley Richmond Joseph por ter sido preso com drogas.

O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) avisou que o homem estava proibido de permanecer nos Estados Unidos até 2027 por duas expulsões anteriores e, como é frequentemente desde que o presidente Trump chegou ao poder, pretendia aproveitar seu comparecimento ao tribunal para detê-lo, visando uma expulsão.

Para isso, o ICE enviou um agente à paisana para pegá-lo na saída.

De acordo com o procurador federal, durante a audiência, a juíza pediu uma pausa nos debates com os advogados, e autorizou que o imigrante saísse pela porta lateral para fugir da polícia migratória.

A magistrada de 51 anos - nomeada no fim de 2017 para o pequeno tribunal de Newton, no arredores de Boston - pode ser condenada a até 20 anos de prisão.

A pena do funcionário do tribunal pode ser ainda maior, pois também é acusado de ter mentido para a Justiça.

"Não podemos escolher as leis que seguimos ou argumentar opiniões pessoais para justificar violações à lei", afirmou o procurador Andrew Lelling.