Seu julgamento foi denunciado por defensores dos direitos humanos, que se preocupam com as liberdades nesta ex-colônia britânica que voltou em 1997 para soberania chinesa.
Chan Kin-man, de 60 anos, professor de Sociologia, e Benny Tai, de 54, professor de Direito, foram condenados a 16 meses de prisão por conspiração e incitação à desordem pública.
Raphael Wong e Shiu Ka-chun foram condenados a oito meses de prisão.
Outros quatro militantes foram condenados à prisão com suspensão condicional da pena, ou a trabalhos de interesse geral.
A pena da acusada Tanya Chan, membro do Conselho Legislativo ("LegCo", Parlamento de Hong Kong), ainda será pronunciada.
As condenações provocaram choro e gritos de raiva entre as centenas de pessoas que se reuniram do lado de fora do tribunal.
Determinação
Estas foram as penas mais severas já pronunciadas em relação a integrantes do "Movimento dos Guarda-Chuvas". Durante 79 dias, o grupo manifestou o sentimento de parte dos habitantes de Hong Kong.
"Nossa determinação em lutar pela democracia não mudará", declarou Wong, um dos condenados, enquanto era levado pela polícia.
Também condenados, Tai e Chan são dois dos fundadores do movimento "Occupy Central". Sua intenção era ocupar o bairro de negócios de Hong Kong, se não fosse instaurado um sufrágio universal livre para eleger o presidente do governo local. Este cargo é designado por um comitê favorável a Pequim.
O movimento convocou a população a aderir a essa "Revolta dos Guarda-Chuvas", assim chamada em referência aos guarda-chuvas usados pelos manifestantes para se protegerem do gás lançado pela polícia.
"Estas longas penas são uma clara advertência para dizer aos que lutam pela democracia que essa luta terá consequências graves", declarou Maya Wang, da ONG Human Rights Watch.
A Anistia Internacional classificou os condenados como "presos de consciência".
"Espero que os cidadãos de Hong Kong não percam a esperança, nem tenham medo", declarou Tanya Chan, a acusada que está à espera da condenação, diante da multidão reunida na frente do tribunal.
Por mais de dois meses, a "Revolução dos Guarda-Chuvas" paralisou bairros inteiros de uma das capitais mundiais das finanças. No fim, o governo chinês se manteve impassível, sem fazer qualquer concessão.
Desde 2014, vários militantes foram processados pelo Ministério da Justiça. Alguns cumpriram penas de prisão, ou foram impedidos de se candidatarem a eleições.