A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, defendeu hoje uma nova extensão do Brexit durante visita à capital da Alemanha, Berlim, ao mesmo tempo em que autoridades alemãs e francesas insistiram que qualquer prorrogação só ocorra com garantias expressas de Londres.
Os parceiros do Reino Unido na UE dizem querer clareza de May sobre o que ela fará para superar o impasse do Brexit se outro adiamento for concedido. Autoridades sinalizam que não estão dispostos a dar um cheque em branco aos britânicos, embora queiram evitar que o Reino Unido saia de forma caótica da UE.
Michael Roth, vice-ministro de Relações Exteriores da Alemanha, disse, ao chegar a uma reunião da UE em Luxemburgo que "estamos numa situação muito frustrante". Roth afirmou também, porém, que um Brexit desorganizado seria "a pior de todas as opções na mesa".
O governo conservador de May e a principal legenda de oposição britânica, o Partido Trabalhista, estão tentando chegar a um compromisso sobre o Brexit antes que líderes da UE decidam, nesta quarta-feira (10), sobre uma segunda extensão do Brexit. Em caso de recusa, o Reino Unido terá de deixar a UE na sexta-feira (12), prazo determinado pela UE há algumas semanas. Originalmente, os britânicos deveriam ter deixado o bloco em 29 de março.
Na semana passada, May solicitou uma nova prorrogação do Brexit para até 30 de junho. Nesta terça, a premiê já se reuniu com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim. As duas líderes se cumprimentaram diante de fotógrafos, mas não fizeram comentários.
Ainda hoje, May seguirá para Paris para se encontrar com o presidente francês, Emmanuel Macron, que tem adotado uma postura mais dura em relação ao Reino Unido.
"Esperamos finalmente ter passos substancias na direção certa - por enquanto, absolutamente nada mudou", disse Roth.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, defendeu na semana passada que a UE conceda ao Reino Unido uma extensão flexível de até um ano para evitar um divórcio caótico.
A ministra para Assuntos Europeus da França, Amelie de Montchalin, disse hoje que a UE precisará que o Reino Unido se comprometa com um papel construtivos nas decisões do bloco caso seja concedida uma extensão mais longa.
"Temos a dúvida sobre que papel o Reino Unido quer desempenhar" se uma extensão do tipo for concedida", disse Ameline. No Reino Unido, alguns sugeriram que o governo deveria minar as políticas decisórias da UE como forma de garantir maior alavancagem no bloco. Fonte: Associated Press.