Culpado ou inocente? O jihadista francês Mehdi Nemmouche, acusado por quatro assassinatos no Museu Judaico de Bruxelas em 2014, deve conhecer nesta quinta-feira (7/3) o seu destino após dois meses de julgamento sobre o massacre que comoveu o mundo.
Se os 12 membros do júri popular e os três juízes profissionais acompanharem o pedido da Promotoria de declarar Nemmouche culpado de "assassinatos terroristas", a matança seria a primeira cometida em território europeu por um jihadista que retornou da Síria.
O primeiro veredicto é aguardado para esta quinta-feira, até o fim do dia, informou a Procuradoria Federal. Se o tribunal condenar o jovem de 33 anos, que pode receber uma sentença de prisão perpétua, a pena será divulgada provavelmente na sexta-feira.
O principal acusado nega ter sido o autor dos assassinatos a sangue frio cometidos em menos de um minuto e meio e afirma que caiu em uma "armadilha", uma tese apresentada pelos advogados de defesa, mas considerada pouco crível para as outras partes no processo.
Para seus advogados, o massacre não foi um atentado do grupo Estado Islâmico (EI), e sim uma "execução seletiva de agentes do Mossad", o serviço secreto israelense, na qual supostos agentes libaneses ou iranianos teriam envolvido o acusado.
A tese do Mossad aponta diretamente para o casal israelense formado por Miriam e Emmanuel Riva, as duas primeiras vítimas do ataque, um argumento que revoltou os advogados da família dos turistas, que denunciaram um "absoluto escândalo".
Além dos Riva, um jovem funcionário belga, Alexandre Strens, e uma voluntária francesa, Dominique Strens, também morreram no Museu Judaico, no centro de Bruxelas, em 24 de maio de 2014.
Seis dias depois, Nemmouche, um criminoso reincidente radicalizado na prisão, foi detido em Marselha (sul da França) com as armas utilizadas: um revólver e um fuzil Kalashnikov.