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Putin diz que centenas de espiões estrangeiros foram desmascarados em 2018

Putin também criticou a intensidade das atividades de espiões estrangeiros, enquanto a Rússia é, por sua vez, apontada pelo Ocidente por envolvimento em vários escândalos de espionagem.

Os serviços especiais russos desmascararam, no ano passado, centenas de espiões trabalhando para países estrangeiros ativos na Rússia, declarou nesta quarta-feira o presidente russo Vladimir Putin.

"Graças a operações especiais bem-sucedidas, as atividades de 129 quadros e 465 agentes de serviços especiais estrangeiros foram interrompidas" em 2018, disse Putin em um discurso para oficiais do serviço de segurança russo (FSB, ex-KGB).

"Os serviços de inteligência estrangeiros aspiram fortalecer sua atividade no território russo e buscam obter por todos os meios informações relacionadas à política, economia, ciência e tecnologia", explicou o presidente.

Putin também criticou a intensidade das atividades de espiões estrangeiros, enquanto a Rússia é, por sua vez, apontada pelo Ocidente por envolvimento em vários escândalos de espionagem.

Entre esse casos, estão o envenenamento em março de 2018 de um ex-agente duplo russo, Serguei Skripal, e sua filha na Inglaterra, atribuído a Moscou pelas autoridades britânicas. O Kremlin nega veementemente qualquer envolvimento.

Ex-chefe do FSB, Putin pediu a esses serviços que trabalhem "efetivamente" diante desse desafio, inclusive para proteger "dados sobre o desenvolvimento, testes e produção de sistemas de armas russas".

"O controle aqui deve ser o mais rigoroso e o mais meticuloso", disse ele.

As declarações são feitas em um momento em que Washington suspendeu sua participação no Tratado INF, que proíbe mísseis terra-superfície com alcance de 500 a 5,5 mil quilômetros, acusando a Rússia de violar as disposições do documento assinado em 1987.

Em resposta, Moscou fez o mesmo e deu a si mesmo dois anos para desenvolver novos mísseis terrestres.

No final de fevereiro, durante seu discurso anual no Parlamento, Vladimir Putin detalhou o progresso dos programas destinados a criar novas armas russas, que ele acredita serem "invencíveis". As características técnicas da maioria são classificadas como secretas.