O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou há pouco durante pronunciamento na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), reunião anual do Partido Republicano, que agora a questão tarifária no âmbito das negociações comerciais com a China será recíproca. "Quando os chineses nos impuseram tarifas nós deveríamos estar fazendo a mesma coisa, mas não fizemos no passado. Difícil de acreditar. Agora as coisas são diferentes. Estamos negociando de verdade com a China", afirmou. Segundo ele, o mundo voltou a respeitar os EUA e a América agora está a todo vapor.
Na noite de ontem, Trump solicitou ao governo chinês o fim imediato de todas as tarifas sobre o setor agropecuário americano, com o argumento de que as negociações comerciais bilaterais evoluem bem.
Aproveitando para destacar o bom momento da economia norte-americana, Trump chamou a atenção para os níveis do emprego, da taxa juros do país e o câmbio. "Pode imaginar se deixássemos a taxa de juros onde estavam? E o dólar? Eu quero um dólar que seja bom para o nosso país e não proibitivo", perguntou
Na visão de Trump, as antigas políticas tarifárias do país estão tão velhas que "é preciso chacoalhá-las para bater a poeira". "Os dias sem impostos já eram", afirmou, repetindo seu slogan de campanha 'América em primeiro lugar'.
Com relação a barreira que pretende levantar na fronteira sul do país, com o México, o presidente norte-americano diz que está construindo o muro e "vamos terminá-lo". "Precisamos de trabalhadores, mas que eles venham para o nosso país legalmente", ressalvou, aos gritos da plateia de "construa o muro" e "U S A".
Trump também fez comentários sobre acusações de supostas ligações de integrantes de sua campanha presidencial com autoridades da Rússia na eleição em 2016. "Por favor, russos, me deem os e-mails da Hilary Clinton, por favor, por favor!", falou em tom irônico em meio a pausas dramáticas. Desqualificando seus acusadores, Trump definiu as denúncias como tolas e falsas, resumindo o caso a um trocadilho colusion/delusion (conluio/alucinação), repetindo que se tratam de notícias falsas (fake news). "Essas pessoas são doentes. Eles conhecem o jogo e jogam sujo".
"Estamos no Pântano de Washington DC, mas sabe de uma coisa? Nós estamos ganhando e eles não", afirmou. Entre outras críticas aos democratas, Trump voltou a chamar o Obamacare, uma lei federal que visa controlar os preços dos planos de saúde sancionada no governo de Barack Obama, de "desastre".