O cardeal George Pell, ex-número três do Vaticano, foi declarado culpado por crimes sexuais contra menores na Austrália, tornando-se o mais alto dignatário da Igreja Católica condenado em um caso de pedofilia, anunciou uma corte de Melbourne (sul da Austrália).
Aos 77 anos, Pell foi declarado culpado em um julgamento em dezembro de ter abusado sexualmente de dois coroinhas, de 12 e 13 anos, na sacristia da Catedral de São Patrício, em Melbourne nos anos 1990. Mas o tribunal proibiu até esta terça-feira (noite de segunda (25/2) no Brasil) que os meios de comunicação informassem sobre o caso.
O dirigente havia negado as acusações inicialmente e o júri não havia chegado a um veredicto no primeiro julgamento sobre o caso, em setembro. Apesar disso, o cardeal foi declarado culpado em um novo julgamento, em dezembro. A corte de Melbourne adotou, então, uma "ordem de supressão", que proibia aos veículos fazer qualquer menção ao caso, sob pena de ações legais.
Este silêncio forçado foi imposto com o objetivo de proteger o júri de um segundo julgamento em que o cardeal Pell devia responder a outros supostos crimes. Mas a acusação decidiu abrir mão deste, o que levou à suspensão da proibição e permitiu que a imprensa reportasse o caso, autorizando aos veículos a anunciar o veredicto de culpa.
A pena que será imposta ao cardeal não foi decidida. Na quarta-feira está prevista nova audiência. Os advogados do cardeal dizem que vão recorrer.
George Pell deixou suas funções no Vaticano para se defender, mas sobre o papel continua aparecendo no comando da secretaria de Economia da Santa Sé, ou seja, como o número três do Vaticano.