Havana, Cuba - Mais de 6 milhões de cubanos votaram sim pela nova Constituição que apoia o socialismo na ilha, em um referendo no qual participaram 84,41% votantes do colégio eleitoral, informou nesta segunda-feira (25/2) a Comissão Eleitoral Nacional.
"A Constituição foi ratificada pela maioria dos cidadãos", disse em coletiva de imprensa Alina Balseiro, presidente da Comissão.
No referendo nacional, realizado no domingo, 95,8% das cédulas foram válidas. Do total de 7,8 milhões de eleitores, 6,8 milhões votaram no "sim" (86,85%) e 766.400 no "não" (9%), disse Balseiro, que qualificou o resultado de "satisfatório e favorável".
Balseiro informou que 2,53% das cédulas depositadas nas urnas estavam em branco, e 1,62% foram anuladas por diferentes motivos.
Tradicionalmente, a oposição ilegal em Cuba, onde o voto é voluntário, manifesta seu desacordo abstendo-se, votando em branco ou danificando as cédulas para que sejam anuladas. Mas o referendo constitucional deu a oportunidade de votar no "não", e a oposição estimulou esse voto em uma campanha firme nas redes sociais.
Segundo Balseiro, 766.400 cubanos votaram no "não", 198.674 deixaram as cédulas em branco e 127.100 cédulas foram anuladas.
O governo e seus partidários implementaram uma campanha onipresente pelo "sim" nos meios de comunicação, nas ruas e em diferentes espaços.
A nova Constituição, que substitui a de 1976, deve ser agora proclamada pela Assembleia Nacional (Parlamento), em uma sessão que provavelmente será realizada em abril, e depois deverá ser publicada no diário oficial para entrar em vigor.
O texto ratifica o caráter "irrevogável" do socialismo como sistema social na ilha, mas abre sua economia ao mercado, à propriedade privada e ao investimento estrangeiro, tudo sob o controle do Estado.
Também reconhece o Partido Comunista (PCC) como único e como "força política dirigente superior da sociedade e do Estado".