O julgamento contra 12 políticos e ativistas partidários da independência da Catalunha começou nesta terça-feira no Tribunal Supremo de Madri, em meio a protestos pela secessão e em um ambiente de elevada crispação política. Os acusados são julgados por rebelião e outros quesitos por seu papel na declaração de independência unilateral de outubro de 2017, que se baseou nos resultados de um plebiscito realizado apesar de um veto constitucional.
O julgamento, que pode ser o mais importante em quatro décadas de democracia na Espanha, começa em meio a dúvidas sobre o futuro do governo minoritário do socialista Pedro Sánchez. O governo realiza negociações de última hora com os partidos pró-independência da Catalunha para que respaldem o orçamento geral de 2019.
Sánchez pode ser obrigado a convocar eleições antecipadas se os separatistas, que no ano passado apoiaram o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) em sua moção de censura contra o então primeiro-ministro Mariano Rajoy, não mudarem de postura na votação do plano de gastos prevista para esta quarta-feira. O debate orçamentário no Congresso começou também nesta terça-feira.
A ministra da Fazenda, María Jesús Montero, afirmou que o governo não vai ceder às pressões catalãs para iniciar conversas sobre a autodeterminação regional em troca de seu apoio ao orçamento. O governo "não vai ceder a nenhuma chantagem por parte de ninguém", garantiu ela.
Os partidários da independência querem que Sánchez concorde em negociar a autodeterminação da região do nordeste espanhol, mas Madri alega que a Constituição não permite isso. Nesta terça-feira, manifestantes pela independência bloquearam brevemente rodovias e avenidas, antes do início do julgamento no tribunal madrilenho.
Entre os réus estão o ex-vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras, a ex-presidente do Parlamento regional Carme Forcadell e outros dez réus. O julgamento poderia se prolongar pelo menos por três meses e o veredicto deve ser conhecido apenas meses mais tarde. Fonte: Associated Press.