O líder opositor venzuelano Juan Guaidó pediu nesta quarta-feira mais sanções da União Europeia (UE) contra o regime do presidente Nicolás Maduro, em uma entrevista ao jornal alemão Bild.
"Estamos em uma ditadura e deve existir pressão", declarou Guaidó, que na semana passada se autoproclamou presidente interino da Venezuela. "Precisamos de mais sanções por parte da União Europeia, como decidiu o governo dos Estados Unidos", declarou o presidente do Parlamento venezuelano, que considera o regime absolutamente corrupto.
Guaidó, 35 anos, denuncia a repressão no país. "Setecentas pessoas foram detidas em manifestações durante as últimas semanas. Há 300 presos políticos nas penitenciárias", disse.
O líder da oposição deu a entender que ele mesmo se encontra em perigo. "Todos vivemos ameaçados de detenção ou inclusive de assassinato. Mas isto não nos impede de assumir nossas responsabilidades", disse.
A oposição venezuelana convocou um protesto nesta quarta-feira para tentar convencer o exército a abandonar Maduro e reconhecer Guaidó. Guaidó pediu aos venezuelanos que saiam às ruas das 12H00 às 14h00 (14h00 às 16h00 de Brasília).
Espanha, França, Alemanha e Reino Unido deram prazo de oito dias no sábado passado a Maduro para a convocação de eleições. Em caso contrário, devem reconhecer Guaidó como "presidente" da Venezuela para que organize novas eleições.
O presidente venezuelano se declarou nesta quarta-feira disposto a convocar eleições legislativas e a negociar com a oposição, em uma entrevista à agência russa RIA Novosti, mas rejeita a antecipação da eleição presidencial.