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Damasco sofre segundo atentado em poucos dias

Damasco sofreu pela segunda vez um ataque com carro-bomba perto da embaixada russa

Agência France-Presse
postado em 24/01/2019 19:39
Ataques ocorreram em um momento em que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) está vendo seu autoproclamado
Damasco, Síria - Damasco sofreu pela segunda vez em poucos dias, nesta quinta-feira (24), um ataque com carro-bomba perto da embaixada russa, que não deixou mortos na capital da Síria, que por mais de um ano esteve a salvo destas explosões.

Oito anos depois do começo de uma guerra devastadora, o governo de Bashar al-Assad, apoiado em particular pela Rússia, que alcançou nos últimos dois anos a reconquista territorial ante rebeldes e extremistas, controlando atualmente quase dois terços do país.

Em maio de 2018, anunciou que "controlava" totalmente Damasco e seus arredores pela primeira vez desde 2012, depois de gradualmente expulsar os insurgentes de seu último bastião perto da capital.

Nesta quinta-feira, "a explosão de um dispositivo (...) colocado debaixo de um automóvel no setor de Adwi, em Damasco", provocou "danos materiais sem deixar vítimas civis", informou a agência oficial Sana.

As imagens divulgadas pelos meios de comunicação estatais mostram os restos carbonizados dos assentos de um carro azul claro, do qual parte do capô parece ter resistido à explosão.

"O ataque ocorreu não longe da embaixada russa", no nordeste da capital, deixando quatro feridos leves, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Trata-se do terceiro ataque em áreas controladas pelo regime desde domingo: nesse dia, o OSDH informou sobre "mortos e feridos" em uma explosão perto de um escritório de Inteligência militar no sul da capital. As autoridades não indicaram vítimas.

Na terça-feira foi a cidade costeira de Lataquia, reduto do clã Assad, que foi alvo de um ataque com carro-bomba. Neste, um civil morreu e 14 pessoas ficaram feridas, segundo a Sana.

Nenhum dos três ataques foi reivindicado até agora.

Ocorreram em um momento em que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) está vendo seu autoproclamado "califado" se reduzir.

Na quarta-feira, as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança curdo-árabe de milicianos apoiada por Washington, reconquistaram a última aldeia nas mãos do EI no leste da Síria, confinando os extremistas em apenas duas aldeias.

Um contra-ataque do EI para reconquistar a aldeia fracassou nesta quinta-feira, deixando cerca de 50 mortos entre os dois lados, segundo o OSDH.

Apesar das sucessivas derrotas, os extremistas já reivindicaram dois ataques fatais em menos de uma semana contra tropas americanas da coalizão liderada por Washington e seus aliados sírios, no norte e nordeste do país.

A luta contra o grupo jihadista ilustra a complexidade da guerra civil que devasta a Síria desde 2011 e já deixou mais de 360 mil mortos.

Provocada pela repressão do regime em Damasco a manifestações pró-democracia, o conflito hoje envolve potências estrangeiras e grupos jihadistas em um território dividido.

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