O Kremlin classificou a crise política na Venezuela como uma tentativa de golpe e expressou a preocupação com sugestões de possível intervenção militar estrangeira no país. A Rússia é uma aliada chave do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que assumiu o segundo mandato no início deste mês. O opositor Juan Guaidó se autointitulou presidente interino da Venezuela diante de milhares de manifestantes em Caracas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou o anúncio de Guaidó e afirmou que isso foi "uma tentativa de usurpar o poder" que viola a lei internacional. Ele também afirmou que o Kremlin estava preocupado com declarações de "nações estrangeiras" que "não excluem a possibilidade de intervenção estrangeira".
Questionado se a Rússia estaria disposta a conceder asilo a Maduro, Peskov comentou que o presidente venezuelano é o líder legítimo do país. O Ministério de Relações Exteriores da Rússia, em comunicado divulgado nesta quinta-feira, afirmou que a crise venezuelana "chegou a um ponto perigoso" e pediu à comunidade internacional que atue na mediação entre o governo e a oposição.
A Rússia não é a única a demonstrar apoio a Maduro. A China e a Turquia também já declararam estar ao lado do presidente venezuelano. De acordo com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, Ancara se opõe a tentativas de golpe onde quer que elas ocorram. O porta-voz de Erdogan também afirmou que o líder turco conversou com Maduro e disse a ele que ficasse "firme". Fonte: Associated Press.