Os líderes do Senado dos Estados Unidos concordaram nesta terça-feira (22/1) em votar propostas para reabrir o governo federal americano a fim de encerrar a mais longa paralisação da história do país. Nenhum dos dois lados, contudo, aparenta ter a quantidade necessária de votos (60) para que a questão seja aprovada.
O líder republicano, Mitch McConnell (Kentucky) marcou a votação do projeto republicano e da medida democrata para a próxima quinta-feira, dia 24, um dia antes de cerca de 800 mil trabalhadores federais perderem o segundo salário.
Ambas as medidas devem ficar aquém dos 60 votos necessários, o que indica que o "shutdown" deve ter continuidade. O plano, contudo, representa o primeiro teste da decisão dos senadores republicanos por trás da insistência do presidente Donald Trump de que a paralisação continuará até que o Congresso aprove US$ 5,7 bilhões para construir um muro na fronteira americana com o México. Para os democratas, os votos vão mostrar se há alguma falha na rejeição tão unificada da demanda de Trump.
Na terça-feira, os democratas ridicularizaram o projeto de lei de McConnell, que indicou proteções temporárias para imigrantes conhecidos como "dreamers" por terem sido levados para os EUA ilegalmente ainda crianças, mas também restrições a imigrantes que buscavam refúgio nos EUA.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer (Nova York), disse que as propostas de imigração do plano republicano eram "ainda mais radicais" do que suas posições anteriores. "A proposta do presidente é apenas embrulhar o mesmo pacote partidário e tomar atitudes como reféns", oferecendo-se para restaurar temporariamente os programas que o próprio Trump tentou encerrar em troca de verbas para o muro, afirmou Schumer.
McConnell, por sua vez, acusou os democratas de preferirem "o combate político" com Trump em vez de resolver a paralisação parcial que já dura um mês. Ele comentou que os democratas estavam preparados para abandonar os trabalhadores federais, os imigrantes e todos os americanos "apenas para estender o teatro político para que eles possam parecer campeões da resistência contra Trump". Fonte: Associated Press.