O ministro brasileiro da Justiça, Sérgio Moro, disse na terça-feira, 22, que o Brasil não descarta a possibilidade de tomar medidas para investigar o fluxo financeiro venezuelano, mas alertou que o governo brasileiro não atuará apenas por critério político ou diplomático, e sim com base na Justiça.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Moro indicou que não quer politizar as decisões. Na semana passada, ele recebeu representantes da OEA e da oposição ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para discutir o rastreamento de possíveis movimentações financeiras e negócios no Brasil por parte de integrantes do governo venezuelano. Na ocasião, Moro teria se comprometido a adotar medidas "imediatas" para investigar operações suspeitas.
À reportagem, Moro explicou que a cooperação com os venezuelanos se fará "com base em casos concretos e não está subordinada a questões diplomáticas ou a posições políticas do Brasil". "Dependendo do caso, como na Venezuela, o Brasil tomará as providências cabíveis, encarando o processo como uma questão de Justiça", disse o ministro.
Moro lembrou na terça que foi a politização do caso do italiano Cesare Battisti que acabou permitindo que ele permanecesse no Brasil por vários anos, mesmo diante de um pedido de extradição feito pelo governo da Itália. "A crítica que nós fizemos no passado, no caso de Battisti, é que a Justiça foi subordinada a uma questão político-partidária. Isso não é apropriado."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.