Nairobi, Quênia - Ao menos cinco pessoas morreram nesta terça-feira no ataque contra um complexo que abriga um hotel e vários escritórios em um bairro rico de Nairóbi, um ataque reivindicado pelo grupo islamita somali shebab, vinculado à Al-Qaeda. Um fotógrafo da AFP viu cinco cadáveres em um restaurante deste complexo.
Uma explosão seguida de tiroteio ocorreu no meio da tarde no complexo DusitD2 e foi ouvida no escritório da AFP na capital, localizado a mais de 5 km do local.
A brigada antiterrorista foi enviada e uma equipe especializada explodiu o carro em que o comando de agressores chegou ao local.
Os islamitas radicais somalis shebab reivindicaram o ataque, segundo informou o SITE, o centro dos Estados Unidos de monitoramento de sites jihadistas.
O grupo shebab, afiliado à Al-Qaeda, diz em uma mensagem curta postada por sua agência de comunicação Shahada que é o autor do ataque.
Pouco depois do ataque, um guarda de uma empresa de segurança privada que trabalha na área disse à AFP que viu "quatro bandidos a bordo de um veículo sair de dentro dele e continuar seu caminho a pé".
Simon Crump, que trabalha em um dos escritórios, contou, aterrorizado que os funcionários se entrincheiraram depois de ouvirem várias explosões. "Não temos idéia do que aconteceu. Os tiros vinham de várias direções ao mesmo tempo", afilrmou.
As forças de segurança e os serviços de assistência se encontravam no local.
Os bombeiros extinguiram o fogo em vários carros em chamas dentro do complexo, sem saber a origem do incêndio.
Várias ambulâncias da Cruz Vermelha tratavam dos feridos leves e muitas pessoas fugiram do bairro correndo.
"Houve um incidente em Riverside Drive e a polícia foi enviada. Por favor, sejam pacientes", declarou o porta-voz da polícia queniana, Charles Owino, aos repórteres.
Alvo de ataques
Em 7 de agosto de 1998, um ataque reivindicado pela Al-Qaeda contra a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi deixou 213 mortos e 5.000 feridos.
E desde que as Forças Armadas quenianas foram mobilizadas em outubro de 2011 na Somália para combater os islamitas shebab, o Quênia passou a ser regularmente atacado.
Em 21 de setembro de 2013, um comando islamita atacou o shopping center Westgate em Nairóbi. A operação para terminar com o ataque durou 80 horas e deixou 67 mortos.
Em 2 de abril de 2015, um comando matou 148 pessoas na Universidade de Garissa (leste), a maioria estudantes.
Os shebabs, expulsos de Mogadíscio em 2011, perderam a maior parte de suas fortalezas.
Mas eles continuam a controlar importantes setores rurais de onde lançam operações de guerrilha e ataques suicidas, inclusive contra a capital, o governo, a segurança ou alvos civis.
O governo da Somália tem o apoio da comunidade internacional e é apoiado pelos 20.000 membros da União Africana na Somália (AMISOM), que conta com elementos do Quênia.
Este ataque ocorre três anos após a operação contra a base queniana da AMISOM de El Adde, no sul da Somália. O Shebab alegou ter matado 200 soldados quenianos.