A Europa alertou que a decisão de Nicolás Maduro de seguir adiante com sua posse, apesar dos protestos internacionais, afasta a possibilidade de um acordo negociado para a crise que assola a Venezuela. Mas, Bruxelas rejeita qualquer tipo de intervenção e insiste que apenas um entendimento entre as partes na crise venezuelana irá retirar o país do caos.
Num comunicado emitido nesta quinta-feira, 10, a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, diz que o bloco "lamenta profundamente que seu pedido por novas eleições presidenciais de acordo com padrões democráticos reconhecidos internacionalmente foi ignorado e que o presidente Maduro está iniciando um novo mandato com base em eleições não-democráticas".
"Isso, apenas afasta ainda mais a possibilidade de uma solução constitucionalmente negociada, enquanto a situação política, econômica e social no país fica cada vez mais grave e o impacto da crise na estabilidade da região aumenta", alertou Mogherini.
A italiana lembrou que, em maio de 2018, a UE alertou que a eleição presidencial na Venezuela não havia sido "nem livre e nem justa". "Seu resultado não tem qualquer credibilidade, já que o processo eleitoral não deu as garantias necessárias para uma eleição inclusiva e democrática", insistiu.
"A UE pede que Maduro reconheça e respeite o papel e independência da Assembleia Nacional, como uma instituição eleita democraticamente, que solte todos os presos políticos, garanta o estado de direito, direitos humanos e liberdades fundamentais e que lide de forma urgente com as necessidades da população", apelou a chefe da diplomacia em Bruxelas.
Num recado também ao governo americano, a UE rejeitou de forma indireta a ideia de uma intervenção. "A UE continua convencida de que apenas uma solução pacífica democrática e política possa ser o caminho sustentável para que a Venezuela saia da crise", disse. Os europeus indicaram ainda que estão engajados com parceiros internacionais e regionais para discutir como podem ajudar a "criar as condições exigidas para um processo político com credibilidade entre os diferentes atores venezuelanos".
"Nesse aspecto, a UE reitera sua vontade de manter os canais de comunicação abertos", destacou.
Apesar disso, o bloco não descarta novas sanções. "A UE continuará a manter um monitoramento atendo aos desenvolvimento e fica pronta para reagir por meio de medidas apropriadas a decisões a acres que possam minar ainda mais as instituições e princípios democráticos, o estado de direito e direitos humanos", alertou.