Santiago, Chile - A justiça chilena contabilizou 148 investigações por abusos sexuais perpetrados por membros da Igreja católica contra 255 pessoas, segundo um registro atualizado difundido nesta terça-feira (8/1) pelo Ministério Público (MP).
No olho do furacão, a Igreja local enfrentou, desde o começo de 2018, uma onda de denúncias por abusos sexuais perpetrados por religiosos ao longo de décadas. O papa Francisco respondeu expulsando padres pedófilos e aceitando as renúncias de vários bispos investigados por acobertar os criminosos.
"Efetivamente, a nível nacional, temos 148 investigações com 255 vítimas (...) e quatro clérigos formalizados", disse o procurador nacional, Jorge Abbott, em coletiva de imprensa. Ele destacou o "trabalho significativo" que a Justiça empreendeu para que "as pessoas que foram historicamente vítimas tivessem a oportunidade de denunciar os fatos dos quais foram alvo (...) e isso abriu a possibilidade de assumir a reparação".
O MP pretende continuar todas as investigações para determinar os casos que ainda não prescreveram, nos quais a Justiça ainda pode condenar os autores. Em relatório anterior, a Justiça indicou que entre os acusados há curas, religiosos não sacerdotes, diáconos e uma dezena de laicos.
As denúncias de abuso vêm de todo o país e, na maioria das congregações. A maior parte das denúncias se refere a estupros perpetrados por padres ao longo de décadas em colégios administrados pela Congregação Marista. As operações de busca e apreensão em escritórios de bispos e prédios da Conferência Episcopal local fazem parte dos movimentos do MP para coletar provas.