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Trump dispara farpas contra democratas, em meio a impasse sobre paralisação

O presidente dos EUA, Donald Trump, disparou farpas contra os democratas no Twitter neste fim de semana, em meio a um impasse nas conversas para encerrar a paralisação parcial do governo norte-americano, que já supera uma semana. A interrupção nos serviços federais e no pagamento dos funcionários públicos tende a continuar no início de 2019, já que não há sinais de qualquer negociação substancial entre as partes. O presidente dos EUA espera bilhões em fundos federais para a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México, que os democratas disseram ter intenção de bloquear. Neste domingo, Trump escreveu em sua conta no Twitter que sua administração fez um "grande trabalho" durante as festas para poupar o pagamento da Guarda Costeira durante a paralisação parcial. "Não graças aos democratas, que deixaram a cidade e não estão preocupados com a segurança dos americanos", completou. Trump está confinado na Casa Branca, depois de cancelar um período de férias em seu clube privado da Flórida. A conselheira da Casa Branca, Kellyanne Conway, disse que Trump não está buscando os democratas, mas esperando que democratas cheguem até o presidente. "Está com eles", afirmou ao Fox News Sunday. No sábado, Trump já havia declarado que estava "na Casa Branca esperando que os democratas venham e façam um acordo sobre a Segurança das Fronteiras". Mas tem havido pouco contato direto entre as partes, e Trump não pediu aos republicanos, que detêm o monopólio do poder em Washington por mais alguns dias, para manter o Congresso em sessão. Ao pedir aos democratas que negociem o muro, Trump menospreza críticas de que sua administração tenha qualquer responsabilidade pelas recentes mortes de duas crianças imigrantes sob custódia das autoridades norte-americanas. Trump alegou que "qualquer morte de crianças ou outros na fronteira é culpa 'estritamente' dos democratas e sua política patética de imigração que permite às pessoas fazer uma longa viagem pensando que podem entrar no país ilegalmente. Eles não podem. Se tivéssemos um muro eles não poderiam nem tentar" escreveu o presidente neste sábado no Twitter. Na sexta-feira, Trump já havia ameaçado mais uma vez fechar a fronteira do país com o México caso o muro não seja construído, numa tentativa para pressionar o Congresso a ceder à sua demanda por dinheiro para pagar pelo muro. Democratas prometem aprovar o projeto de lei do orçamento para restaurar o governo assim que assumirem o controle da casa, mas isso não vai se realizar a menos que Trump e o Senado, controlado pelos republicanos, acompanhem. As negociações estão em um impasse há uma semana, depois que os democratas disseram que a Casa Branca se ofereceu para aceitar um montante menor de recursos para a segurança das fronteiras no último sábado. O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse ao vice-presidente Mike Pence que isso não era aceitável, nem era garantido que Trump, sob intensa pressão de sua base conservadora para cumprir sua promessa de campanha, se contentaria com o novo montante. Mas a conselheira da Casa Branca afirmou neste domingo que "o presidente já se comprometeu" e pediu que os democratas retornassem à mesa de negociações. Conway indicou que Trump deixou sua demanda por um muro físico ao longo de partes da fronteira, como ele prometeu durante sua campanha de 2016, chamando a discussão sobre o muro de "um argumento semântico bobo". "Pode haver um muro em alguns lugares, pode haver ripas de aço, pode haver melhorias tecnológicas", disse Conway. "Mas apenas dizer `muro ou sem muro' é ser muito hipócrita e fazer vista grossa para o que é uma crise na fronteira." Fonte: Associated Press