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ONU lança plano de imigração sem participação dos Estados Unidos

O Pacto Global pela Imigração teve oposição de políticos que querem reforçar as fronteiras e dizem que o acordo pode ameaçar a soberania nacional ao aumentar o fluxo de imigrantes

Representantes de 160 países e funcionários do alto escalão da ONU se reuniram na segunda-feira (10/12) no Marrocos para adotar o Pacto Global pela Imigração. O evento teve a presença do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e da chanceler alemã, Angela Merkel, que foi ovacionada após fazer discurso favorável à imigração.

Sem a presença dos Estados Unidos, que não participaram da cerimônia porque abandonaram as negociações do acordo, em dezembro de 2017, as nações concordaram que é preciso prover a imigração segura para pessoas que saíram de seus países por problemas de guerra, por necessidades econômicas ou por mudanças climáticas.

Guterres chamou o acordo de "um caminho para prevenir sofrimento e caos" e disse que foi feito para beneficiar a todos. Ele acrescentou que, desde 2000, em torno de 60 mil pessoas morreram ao tentar imigrar, o que caracterizou como "uma fonte de vergonha coletiva". O secretário-geral também disse que a organização não vai impor políticas migratórias a seus membros e garantiu que o acordo não é obrigatório.

Merkel disse que a União Europeia "vai precisar cada vez mais de mais mão de obra qualificada de fora" do território europeu, defendendo o acordo da ONU, que se compromete "a proteger as fronteiras, a emitir documentos necessários para as pessoas e a ajudar a readmissão dos imigrantes".

O Pacto Global pela Imigração teve oposição de políticos que querem reforçar as fronteiras e dizem que o acordo pode ameaçar a soberania nacional ao aumentar o fluxo de imigrantes. "Nós já havíamos dito que a imigração não é um direito humano. Os países têm o direito de determinar a entrada de cidadãos estrangeiros", afirmou o governo do presidente chileno, Sebastián Piñera. O presidente americano, Donald Trump, retirou seu país das discussões em dezembro de 2017 por considerar que questões internas, como a imigração, devem ser decididas no âmbito do governo dos EUA. (Com agências)


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.