Michael Cohen, ex-advogado do presidente dos EUA, Donald Trump, se declarou culpado nesta quinta-feira (29/11) por ter feito declarações falsas ao Congresso e admitiu ter participado de negociações sobre um empreendimento imobiliário da Organização Trump em Moscou. A confissão de Cohen é o mais recente golpe sofrido pelo presidente nas investigações sobre o envolvimento de sua campanha com a Rússia nas eleições de 2016.
Cohen apresentou sua admissão de culpa a um tribunal federal de Manhattan. Nela, reconheceu que deu declarações falsas ao Congresso em uma investigação parlamentar que analisa se a campanha de Trump trabalhou com a Rússia para influenciar a eleição de 2016. A confissão aumentou a pressão sobre Trump em meio a um inquérito sobre o caso chefiado pelo procurador especial, Robert Mueller.
O projeto imobiliário em questão era a construção de um arranha-céu da marca Trump na capital russa que acabou não se materializando. Cohen deu declarações falsas a comissões de Inteligência do Senado e da Câmara dos Deputados para criar a impressão falsa de que o projeto de empreendimento imobiliário havia terminado quando as primárias partidárias começaram nos EUA, de acordo com o documento de acusação.
Em 2017, Cohen disse que enviou um comunicado por escrito ao Congresso dizendo que todos os esforços ligados ao projeto em Moscou haviam sido interrompidos em janeiro de 2016. No entanto, ele reconheceu que esses esforços continuaram até junho de 2016, quando a campanha estava em andamento.
O ex-advogado de Trump afirmou ainda que, no comunicado ao Congresso, alegou ter tido contato limitado com o presidente sobre o projeto, quando de fato esse contato foi "mais amplo". Cohen também confessou ter mentido ao dizer que nunca fez preparativos para viajar à Rússia e reconheceu que debateu a viagem, embora nunca a tenha feito.
Trump reagiu às declarações. "Ele é uma pessoa fraca, uma pessoa não muito esperta. Ele arrumou para si uma grande pena de prisão. Agora, está tentando conseguir uma redução de pena inventando esta história", disse o presidente. "Esse foi um acordo que não aconteceu", afirmou Trump, sobre o projeto imobiliário. "Não houve acordo. Foi uma opção que decidi não fazer."
Em agosto, Cohen admitiu ter violado leis de financiamento de campanha, cometido sonegação fiscal e fraude bancária em um caso apresentado por procuradores em Nova York.
Na ocasião, o ex-advogado do presidente afirmou também que estava disposto a colaborar com a investigação sobre o conluio entre a campanha do republicano com a Rússia para vencer as eleições de 2016. Ele teria informações sobre a ligação entre Moscou e o republicano.
A admissão de culpa de pode significar que Cohen tenha uma sentença mais branda nas acusações. Em troca, o ex-advogado do presidente americano continuaria a cooperar com as investigações de Mueller. (Com agências internacionais). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.