Jerusalém, Undefined - A autoridade de Antiguidades de Israel(IAA) apresentou nesta quarta-feira (28), em Jerusalém, uma máscara de pedra de 9.000 anos, associada ao desenvolvimento do culto aos ancestrais, que coincidiu com a sedentarização dos seres humanos.
A autoridade de antiguidades não deu muita informação sobre as circunstâncias da descoberta, há alguns meses. Segundo ela, a máscara provém da colônia israelense de Pnei Hever, na Cisjordânia.
A Cisjordânia é um território palestino ocupado por Israel há mais de cinquenta anos. As disputas entre israelenses e palestinos sobre a propriedade das descobertas arqueológicas é um aspecto a mais do conflito sobre a terra.
A máscara, que remonta ao início do neolítico, foi descoberta por um pedestre, informou uma arqueóloga da IAA, Ronit Lupu. As autoridades israelenses foram informadas da existência da máscara no começo de 2018.
Talhada em pedra calcária de cor rosa amarelada, cuidadosamente polida, a máscara "é muito realista na forma como foi feita, é possível ver as maçãs do rosto, o nariz perfeito", disse Lupu. Duas órbitas profundas foram criadas para os olhos e há dentes marcados sobre a boca.
"É uma máscara rara, a última que foi descoberta foi há 35 anos (...) Mas o particular é que sabemos de onde vem, conhecemos o contexto arqueológico", destacou Lupu.
Já existem umas quinze máscaras da mesma época que também provêm das colinas e do deserto da Judeia, embora a grande maioria esteja dispersa em coleções privadas em todo o mundo. Só duas delas têm um contexto arqueológico claramente identificado.
Graças a utensílios de sílex descobertos no local onde se encontrou a máscara, foi possível estimar que a mesma tem cerca de 9.000 anos, quando começou a "revolução agrícola" e os homens deixaram a caça e a coleta para se tornar sedentários, domesticando animais e dedicando-se às artes.
A máscara tem buracos nas extremidades, talvez para ser usada por um indivíduo, mas é mais provável que tenha sido para sua exposição, presa em um poste por exemplo, explicou Lupu.
"Acreditamos que a máscara seja parte do mundo espiritual das populações do neolítico", explicou.
Neste período, os rituais espirituais e ancestrais tiveram um desenvolvimento espetacular, como demonstra a descoberta de estatuetas de forma humana, crânios recobertos de gesso e máscaras de pedra, destacou Omry Barzilai, pesquisador citado em um comunicado da autoridade.