Lima, Peru - O Peru entregou, nesta terça-feira (20/11), uma nota ao embaixador do Uruguai na qual destaca que o estado de direito e a separação dos poderes vigoram no país - três dias depois de o ex-presidente Alan García ter pedido asilo, alegando ser vítima de uma "perseguição política".
O presidente peruano Martín Vizcarra tinha se comprometido no domingo com seu homólogo uruguaio Tabaré Vázquez a lhe enviar antecedentes para que resolva o pedido de asilo de García, que permanece na embaixada uruguaia desde sábado, após a Justiça lhe proibir de deixar o Peru, enquanto é investigado por supostos atos de corrupção ligados à empreiteira brasileira Odebrecht.
"A Nota destaca que no Peru impera a democracia, o estado de direito e a separação de poderes, bem como a plena vigência dos direitos humanos e liberdades fundamentais", afirmou a Chancelaria peruana em comunicado.
"Pontua que em nosso país não existe perseguição política de nenhum tipo. Mesmo assim, precisa que o Poder Judiciário e o Ministério Público agiram no caso do ex-presidente García com rigoroso respeito ao devido processo e a todas as garantias" constitucionais, afirma.
A nota diplomática foi preparada pelo Ministério da Justiça e entregue pelo vice-chanceler peruano Hugo de Zela ao embaixador Carlos Barros na sede da chancelaria peruana. "A documentação será enviada imediatamente ao governo do Uruguai", disse o embaixador à imprensa após se encontrar com De Zela.
O pedido de asilo será analisado em Montevidéu "por todo o tempo que for necessário", acrescentou Barros, recusando-se a comentar quando um jornalista perguntou se ele considerava García uma vítima de perseguição política. "Eu não considero nada", respondeu. A Justiça proibiu García de deixar o país por 18 meses.