O presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou nesta quarta-feira, 24, que a Arábia Saudita não teria ousado assassinar o jornalista Jamal Khashoggi dentro do consulado do reino em Istambul sem ter alguma espécie de ajuda dos EUA. A fala acontece após a afirmação da Turquia de que o escritor foi morto por um esquadrão saudita de 15 homens, que incluía um membro da comitiva de viagens internacionais do príncipe Mohamed bin Salman.
Segundo a agência estatal iraniana, Irna, Rohani disse: "Eu não acho que, sem suporte dos Estados Unidos, um país ousaria cometer esse tipo de crime." Ele não deu evidência para suas alegações. Rohani também caracterizou o sistema de governo saudita como "ordem tribal", sob o qual indivíduos se aproveitam da proteção e apoio daqueles no poder.
Também nesta quarta-feira, em Ancara, na capital da Turquia, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que o país está determinado a não permitir que os responsáveis pelo assassinato do jornalista escapem da justiça.
Erdogan também se comprometeu a compartilhar novas evidências da investigação de uma "maneira transparente". "Nós estamos determinados a não deixar que os responsáveis pela morte, aqueles que deram a ordem e os que a executaram, sejam acobertados e escapem da justiça," diz.
A Arábia Saudita disse que Khashoggi, um crítico da família real saudita, foi morto em 2 de outubro em uma luta de socos com oficiais enviados para trazê-lo de volta ao reino. Erdogan disse que o jornalista de 59 anos, colunista do Washington Post, foi vítima de um planejado "assassinato selvagem".